Marco civil da Internet - histórico da discussão

domingo, 23 de março de 2014

Fonte: diversos sites da Internet
A ideia do Marco Civil da Internet, descrito pelo Ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto como "a Constituição da Internet", surgiu a partir da concepção do professor Ronaldo Lemos, expressa em artigo publicado em 22 de maio de 2007.
Em 29 de outubro de 2009, a Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, em parceria com o Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro, lançou  a primeira fase do processo colaborativo visando para a construção de um marco regulatório da Internet no Brasil. Foram propostos à sociedade vários eixos de discussão que abrangeram as condições de uso da Internet em relação aos direitos e deveres de seus usuários, prestadores de serviços e provedores de conexão, bem como o papel do Poder Público com relação à Internet.
Durante a primeira fase dos debates, entre 29 de outubro e 17 de dezembro de 2009, a Secretaria recebeu mais de oitocentas contribuições, entre comentários, e-mails e referências propositivas em sites, que embasaram a formulação da minuta do anteprojeto.  
Entre 8 de Abril e 30 de maio de 2010, a questão voltou a ser debatida em uma segunda fase do processo de construção colaborativo com participação da sociedade. O site Techdirt descreveu o Marco Civil como um uma lei “anti-ACTA”, em referência ao Acordo Comercial Anticontrafação, muito criticado por restringir a liberdade na internet e que acabou rejeitado pela União Européia.
Mais de um ano depois, em 24 de agosto de 2011, o projeto de lei foi enviado pela Presidente Dilma Rousseff à Câmara, onde foi recebido originalmente sob o número 2.126/2011, mas em 12 de abril de 2012, foi deferido o requerimento para que o projeto fosse apensado ao PL 5.403/2001.
Registre-se que, antes disso, vários projetos de lei sobre o tema da regulação da Internet no Brasil já haviam sido apresentados à Câmara dos Deputados, tanto por deputados da própria casa, quanto pelo Poder Executivo e pelo Senado Federal. Contudo, ao tramitarem apensados na Câmara, uma Comissão Especial formada para apreciá-los rejeitou trinta e oito projetos, após sete audiências públicas, sob a relatoria do deputado Alessandro Molon. Na ocasião, o deputado concluiu pela constitucionalidade e juridicidade das proposições e pugnou pela aprovação do Substitutivo ao Projeto de Lei 2.126/11, este de autoria do Poder Executivo.
Desde que chegou ao Congresso Nacional, em 2011, o Marco Civil nunca foi votado. No âmbito da comissão especial e no plenário da Câmara dos Deputados, por diversos motivos e justificativas formais, a votação do projeto já foi adiada ou simplesmente não aconteceu por mais de vinte cinco vezes.
No dia 08 de julho de 2013, quando veio a público que as comunicações no Brasil eram alvo de espionagem eletrônica pelos EUA, a Presidente Dilma Rousseff e a Ministra das Relações Institucionais Ideli Salvatti encontraram um motivo perfeito para justificar a urgencia na aprovação do Marco Civil da Internet. Assim, no dia 11 de setembro de 2013 foi publicado no Diário Oficial da União a mensagem de urgência assinada pela Presidente Dilma Rousseff. Com a publicação desse ato no Diário Oficial da Câmara dos Deputados, começou a contagem do prazo de 45 dias para que o Marco Civil fosse apreciado pelos deputados. No entanto, tal não ocorreu. A partir do dia 29 de outubro de 2013, a pauta da Câmara dos Deputados entrou em suspensão.

Após a aprovação pelos deputados, o projeto ainda será enviado ao Senado, também com prazo de 45 dias para votação. 

0 comentários:

Postar um comentário

 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB