Para 65% dos brasileiros, mulher de roupa curta merece ser atacada, revela Ipea

sábado, 29 de março de 2014

Pesquisa divulgada na quinta-feira, 27, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), batizado de Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS), que se baseou na entrevista de 3.810 pessoas, residentes em 212 municípios no período entre maio e junho do ano passado, revela que 63% concordam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. 

Essa postura indica que, lamentavelmente, ainda persiste entre nós a ideia de que a mulher é a culpada pela violência sexual da qual é vítima. 


Um grande número de pessoas (58,5%) diz concordar com a frase: se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros. depreende-se que essas pessoas parecem considerar a violência contra a mulher como uma forma de correção.  A vítima teria responsabilidade, seja por usar roupas provocantes, seja por não se comportarem “adequadamente.

A resposta a essa pergunta apresenta variações significativas de acordo com algumas características.
Residentes das regiões Sul e Sudeste e os jovens têm menores chances de concordar com a culpabilização do comportamento feminino pela violência sexual. A pesquisa não identifica características populacionais que determinem uma postura mais tolerante à violência, de forma geral.
Os primeiros resultados, no entanto, indicam que morar em metrópoles, nas regiões mais ricas do País, ter escolaridade mais alta e ser mais jovem aumentam a probabilidade de valores mais igualitários e de intolerância à violência contra mulheres.
Os autores da pesquisa avaliam, porém, que tais características têm peso menos importante do que a adesão a certos valores como acreditar que o homem deve ser cabeça do lar, por exemplo. 

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