Meninos, meninas: eu vi!! O monstro de concreto desmoronando a menos de 50 metros de mim

domingo, 30 de janeiro de 2011

Apesar de o blog nao ser direcionado para experiências pessoais, nao posso deixar de fazer o relato do momento crucial em que vi um monstro de concreto de 34 andares caindo, desmoronando como ocorre nos filmes, mas era real e estava a menos de 50 metros de meus olhos. Foi impressionante. Inacreditável. Não consigo esquecer.
Eu estava no 8o. andar do prédio ao lado do Real Class, em meu gabinete, quando escutei um trovão e logo em seguida senti a terra tremer. Rapidamente me passou pela mente que se tratava de um terremoto mas, antes de compreender realmente qualquer coisa, ouvi um barulho estrondoso, de uma coisa inacreditavelmente volumosa e pesada vindo abaixo.
Instintivamente virei para a janela, na direção do som. Foi aí que me deparei com um volume fenomenal de concreto desmoronando, caindo, caindo, numa queda que me pareceu, contraditoriamente, ao mesmo tempo, rápida e lenta.
Fiquei paralisada por alguns segundos porque meus olhos nao conseguiam se desviar daquela cena surpreendente, que jamais acreditei ser possível assistir: um gigante cinza caindo sobre si mesmo como se fosse de areia, de uma areia pesada, que fazia muito barulho. E estava a menos de 50 metros de meus olhos. Eu nao acreditava, nao queria acreditar no que via, queria pensar que estava delirando. Mas nao estava. Lamentavelmente, nao era um pesadelo, mas um sinistro terrível e real.

Quando finalmente pensei em fazer alguma coisa, acreditei que meu prédio iria cair logo em seguida.Vamos todos morrer, pensei, e sai do gabinete gritando pelos nomes dos meus filhos, ordenando que saissem de seus quartos, que descessem pela escada para tentar salvar suas vidas. A secretária, que antes almoçava na cozinha e também viu a cena estarrecedora, veio em minha direção transtornada, perguntando o que fazer. Desce, tenta fugir, gritei para ela. Ela obedeceu. Meu filho mais novo finalmente me escutou e surgiu de roupas íntimas. Ao ouvir meu comando: foge!, nem pergutou do que deveria fugir. Saiu para a escada chorando e suplicando, vem, mãe!. Mas eu nao podia sair porque o outro filho ainda estava no quarto. Vai, estou esperando teu irmão. Fui até o outro e gritei, te apressa, filho. Vamos logo, sai de qualquer jeito. Mas ele estava calmo: vestiu-se, calçou-se, pegou um calçado para mim porque me viu descalça e, finalmente, me seguiu. Para mim, pareceram horas até que começamos a descer as escadas.
Todos os vizinhos desciam também, apavorados. Ofereci ajuda a uma senhora com uma criança no colo, mas ela nao quis se afastar do filhinho. Compreendi e dei razão. Eu também nao queria me afastar dos meus. Na verdade, queria colocá-los de volta ao ventre, como se, dessa forma, me fosse possível protegê-los de qualquer mal.
Finalmente, a rua. E a sensação de que nos salvamos. Mas a cena do edificio de 34 andares caído diante dos meus olhos ainda nao era de todo compreendida. Como até agora nao compreendemos nada. Sao muitas as dúvidas. E muita tristeza também.
Hoje voltei lá para pegar alguns pertences. A cena de destruição real é impactante. Mas bem pior é que, diante de meus olhos, a imagem que ainda persiste é a dos trabalhadores de uniforme azul, trabalhando no andar que fica à altura do meu. Estão lá, reparando, concretando, construindo uma coisa que logo, logo, vai cair. Para mim, parece que ainda estão lá. Mas nao estão e, alguns deles, nunca mais poderão estar porque ficaram permanentemente debaixo de 34 pisos de toneladas de concreto.


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33 comentários:

Anônimo disse...

Ana, uma tragédia o que aconteceu. E também um alerta para esta corrida imobiliária que a cidade vive.

Ana Maria disse...

Não ocorreu uma tragédia maior porque era sábado e os trabalhadores já haviam saido da obra. Alías os últimos sete não ficaram soterrados por questão de poucas horas .....

Anônimo disse...

Temos que pensar em uma lei que proíba esses arranha-ceus. eles sõ fazem enfeiar a nossa cidade.

Anônimo disse...

Um relato tão vívido nos faz ver a sensação crua da tragédia. Assutador.

Anônimo disse...

Vocês é uma boa relatora, lendo com suas palavras parecia que eu estava lá, infelizmente uma tragédia, mas algo de errado aconteceu para que esse prédio caísse, graças a Deus que não caiu em cima dos outro prédios senão ia ser uma tragédia maior porque haveriam mas vítimas.

Anônimo disse...

O relato parecer ser coisa de "filme". A veracidade dos fatos contados segundo a autora deste blog de duas crianças é assustador, porem a autora não é citada nem a fonte. Entende-se com todo respeito que o drama vivido e presenciado pelas crianças certamente chocante é. A realidade vive ao lado das tragédias. É óbvio que não estou descordando ou duvidando da veracidade, mas pelo menos, esse conteúdo deveria vim seguido dos verdadeiros autores. Os canais de informações quando divulgam matérias que chocam a opinião pública, no mínimo deve tem fontes fidedigna, não sei se é o caso. Eu particularmente desconfio do vídeo que um internauta divulgou na hora do desabamento, é estranho que na hora da queda não se viu em momento algum imagens de qualquer tipo de nuvens ou poeiras. Portanto a tecnologia contribui para cenas ou imagens que deixa qualquer um impressionado.

Obrigado

Ana Maria disse...

Prezado anônimo de 31 de janeiro de 2011 17:19


Pensei ter deixado bem claro que fui EU, dona do blog, que vivi essa terrivel experiência. Eu moro ao lado do prédio que caiu.

Ah, no momento em que ocorreu estava chovendo, mas nao era forte. E havia trovões e relampagos, como sói ocorrer em nossa cidade em chuvas vespertinas.

Obrigada por sua presença no meu blog.

ana maria

Herbert Marcus disse...

Um relato pungente dessa tragédia, que poderia ter sido evitada.

Em 13 de agosto de 1987 vivenciei, como jornalista, os desdobramentos de outra tragédia - a do Raimundo Farias - que ceifou a vida de dezenas de operário e de uma criança que estava no templo evangélico ao lado.

"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”, disse Karl Mark, no século 19 (in O 18 Brumário). Temo que venhamos a presenciar mais uma farsa.

Escrevi uma crônica alguns anos atrás sobre a tragédia do Raimundo Farias, do ponto de vista do único operário que sobreviveu ao desmoronamento, durante cerca de 12 horas. Chamava-se José.

Imaginei que foi isso que sentiu José - a sensação de ter sobrevivido a um terremoto; a percepção contraditória de queda rápida e lenta, ao mesmo tempo; seguidas da sensação de pesadelo e de horror ao descobrir que estava preso sob toneladas de concreto.

Lendo seu relato me vi tentado a refazer minha crônica, acrescentando um ponto de vista exterior, tal a semelhança entre as duas tragédias.

Que seja feita justiça!!

Anônimo disse...

Este comentário foi postado no blog do Wolgrand, no qual você posta alguns comentários:
.............................................................

Ana Maria, fiquei curioso e cliquei no nome e cheguei ao blog de uma mulher bonita (a fotografia é reduzida não dá para ver com mais profundeza sua beleza física).

Bem, mas saindo dessa preliminar, eu pergunto: vai ficar somente naquele belo texto sobre a queda de um prédio mal construído (a segunda versão do edifício Raimundo Farias)?

Tu, permita-me este tratamento informal, tens o dever moral de ir além.

O processo criminal do Raimundo Farias prescreveu. E este vai acontecer a mesma coisa?

A princípio a tificação do fato é crime de Desabamento ou Desmoronamento, disposto no art. 256 do CPB:

"Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

E a modalidade culposa, que é o que os advogados da Real vão alegar, disposta no Parágrafo único do referido artigo, estabelece uma pena de detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano.

Resultado: cabe somente um simples TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência).

É isso que doi, um monte de trabalhadores (de macacões azuis como descreveste) com quem você vai sonhar por algum tempo estiveram não retornarão a seus humildes lares.

Eles sucumbiram à ambição, ao desmazelo, à irresponsabilidade, à desumanidade, ao descompromisso, à falta de fraternidade, dos donos da construtora, de engenheiros, CREA, prefeitura e demais órgãos responsáveis pela fiscalização.

Tu não podes ficar somente nesse texto lírico, mas trabalhar para que essas coisas não venham acontecer amiude nesta capital e em todo o Estado do Pará.

Quantos outros prédios não estão sendo construídos ou já foram construídos e estão na iminência de ruir?

Teu prenome é emblemático: reune os de duas grandes mulheres, - ANA e MARIA - a primeira, mãe de João Batista e a segunda, mãe de Jesus.

O primeiro veio preparar os caminhos do segundo - "... endireitai as suas veredas ...", filho de Deus.

Portanto, ANA MARIA, não podes ficar apenas em estado de torpor e contemplação, dá tua parcela de contribuição (valiosíssima) para quem quiser, sem se limitar aos promotores que acamparam às proximidades para receber informações e outras tarefas.

Por enquanto é isto.

"...Um Repórter" disse...

Com as Essas Riquezas de Detalhes postadas no Blog e vivenciados pela autora, fez os olhos dela "serem os nossos".

Parabéns pela forma de Relato, e nossos sentimentos aos familiares dos atingidos diretamente pelo fato corrido!

Anônimo disse...

olá, doutora!

Realmente esta tragédia foi digna de momentos cinematográficos, triste é, pelo descaso dos supervisores da obra, Real engenharia com certeza depois desse episódio nefasto, vai fechar as suas portas, e logo logo estará de volta, mascarada com outro nome.

é cada uma ein doutora, o dono da obra deve estar, curtindo os seus "reais" por aí.

até mais,

Paulo Victor Santos Rocha.
direto da 13º promotoria.

Anônimo disse...

A postagem do anônimo das 20:29 é bastante pertinente. Entretanto, apenas esclareço que nesse tipo de crime de perigo comum, havendo resultado morte por ação culposa, a pena aplicada é a do homicídio culposo (1 a 3 anos), aumentada de 1/3 (art. 258, CP). Ou seja, no máximo 4 anos de detenção, o que jamais var dar em efetiva prisão. Por isso é que é preciso atacar na questão da responsabilidade civil da construtora (que é objetiva), seja com as vítimas fatais, mas também com os inúmeros prejudicados pelo desastre. Parabéns ao MP que já tomou à frente nesse sentido.

Anônimo disse...

"Vai, estou esperando teu irmão. Fui até o outro e gritei, te apressa, filho. Vamos logo, sai de qualquer jeito. Mas ele estava calmo" Rsrsrs

Ana,
já percebi que, ao sinal de um enorme susto, entro em tal estado de torpor, que começo até a rir. O susto e o choque foram enormes, porque eu associei o sinistro a vocês mesmo sabendo, desde a primeira notícia, que tratava-se de um prédio em construção (pensei que fosse aquele bem ao ladinho). Teu telefone também deveria estar congestionado, por isso não liguei.

Pois bem: que bom que tudo está bem com vocês! Mas não pude deixar de rir ao te ler narrando a calma do "mais velho", rsrsrsrs Posso imaginar a cena. Não sei quem é mais "figura"!

Beijão!

F.

euclides disse...

Eu acho que só a gente se unindo podemos mudar este quadro de falta de irresposabilidade e botar ordem no segmento da contrução civil ao meu ver o ministério público deveria embarga todas as grandes obras que estão acontecendo na cidade até que sofram fiscalizações acompanhada por menbros do ministéro e só assim vamos ver a qualidade dos materias empregados na obras e ver se é compátivel com que é aprsentado no projeto ao mesmo tempo levantar todas as denúncia referente a cada obra e que soluções foram dadas.
aguardo resposta minha amiga
Euclides Santiago

Anônimo disse...

Ana, parabéns pelo brilhante relato da tragédia. Quem tem filhos conhece o instinto que tomou conta de você e da senhora a quem você quis auxiliar.

Assis Novaes Coutinho

Anônimo disse...

Ana,
Eu te acho uma guerreira, e muito corajosa, não parece que somos irmãs, é uma vergonha eu confessar que se fosse comigo eu jameis voltaria a morar neste predio.
Quando a Carol ligou para a mamãe contando a tragedia eu chorei só de imaginar voces mortos, minha filha e neto, meu Deus que sensação horrivel, eu fico com pena das pessoas que perderam seus familiares nesta terrivel tragedia.
Parabéns minha irmã pelo brilhante relato.
Beijos
Ana Lenise

Anônimo disse...

Ana,

Você tem agora o prédio onde mora em potencial perigo, pois não é absurdo concluir que ele sofreu abalo em sua estrutura ante a queda do prédio vizinho.
E você como moradora, como cidadã vai ficar ai parada, fazendo relato poético do que passou, esperando seus colegas promotores agir?
Será que você não vai fazer ao menos como o advogado que foi a Justiça e terve recentemente negado um pedido de perícia em seu imóvel, sofrendo abalos do prédio que ainda não ruira?
Como fica tua consciência se te limitares a esperar os acontecimentos?
Essas questões com certeza teus leitores esperam respostas de alguém que não é uma simples moradora mas integrante de um órgão que pugna pela defesa da sociedade e do cidadão!

"...Um Repórter" disse...

Ao Anônimo de (01/02/11) dás... 19h47min

Como Leitor deste Blog, desconheço que a Proprietária do Mesmo, está fazendo um "Relato Poético" do fato, como se tivesse adorado aquele sábado horrível. Porém, a referida "poetisa" segundo você quis afirmar em seu comentário "não identificado", não é culpada de saber escrever bem e desabafar para amigos identificados ou não, o momento de terror vivido por ela e demais familiares. Quanto também à parte em que seu comentário, repito "não identificado" alega que a "poetisa" estaria PARADA, vejo que o (a) nobre Anônimo (a) esta desconectada das últimas informações mesmo, só para seu conhecimento pegue o jornal diário do Pará de hoje e leia:” Abalados pelo o que aconteceu, alguns moradores do edifício Londrina tiveram a idéia de criar uma associação para garantir que, a partir de agora, haja tranqüilidade na travessa 3 de Maio", com participação da Referida Proprietária do blog e a Moradora que narrou com riquezas de Detalhes o acontecido, ao ponto de ser chamada de "poetisa". MAS, NÃO TENHAMOS DÚVIDAS QUE ELA NÃO QUERIA TER PRESENCIADO O TRISTE FATO.

Abraços;

Fui!

Anônimo disse...

Aninha, tento te ligar desde o sábado. Em vão. Estou contigo em pensamento, e à tua disposição, para qualquer coisa. Um beijo enorme. Dani

Anônimo disse...

Tem gente, como algum anônimo que aqui comentou, que entende tudo ao pé da letra, ou seja, não faz uma análise contextual.
Não percebe quando o comentarista está mandando um recado, está criticando, está instando a autora do blog a agir diferentemente de um cidadão comum, sem conhecimento jurídico, sem prestígio, sem informações importantes. E esses anônimos parecem até ser a própria autora do blog usando do anonimato para defender-se. Quero deixar claro que não estou afirmando isso, apenas que o anônimo faz uma defesa tão apaixonada que não consegue ver um palmo adiante do nariz, aquilo que no jornalismo do passado se chamava de "foca".
Não estou discutindo aqui se a autora escreve bem ou outros atributos pessoais, mas insistindo em seu posicionamento mais efetivo, entre os quais responder aos questionamentos aqui postados.
Seu texto já foi além, publicado em jornal de grande circulação, o "DIÁRIO DO PARÁ", supondo-se que não algumas dezenas de pessoas tiveram ou têm acesso ao blog, mas os leitores do Estado do Pará.
A publicação do texto em jornal tradicionl, afora dar realce ao talento literário e narrativo da autora, impõe maior responsabilidade a autora do blog a uma participação a alguém com reconhecidos conhecimentos jurídicos.

Ana Maria disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Dra. Ana,
Que situação horrível; quando a Carol me disse que vocês haviam vivenciado essa tragédia, suas lágrimas denotavam, em parte, a real situação, imaginando talvez, o que de pior poderia ter acontecido. Deus é grande. Nessas horas cremos que existe uma força maior. Agente tenta imaginar o que realmente aconteceu, mas enquanto o laudo não é concluido, trago relato que ouço de conversa com amigos: segundo uma pessoa próxima a mim e experiente no ramo, afirma que os pilares de sustenção foram colocados de forma superficial, como se no primeiro obstáculo, tenham imaginado que estaria firme pra sustentar tantas toneladas de concreto, pois ali passava um igarapé; Esses empreendimentos vão abrigar vidas, por isso os responsáveis devem construí-los com toda seriedade e cautela em suas fases, tendo em vista sempre a segurança de seus futuros moradores, o que me parece até o momento não ter ocorrido, com base nos relatos e noticiários que acompanho. Que Deus conforte as famílias que perderam seus entes! Que se faça justiça, é o mínimo que se espera.

Aloysio M. Ramos

paula frassinetti disse...

Ana, compartilhei essa sua pagina no meu Face, tudo bem?! Bjs

paula frassinetti disse...

Ana, compartilhei tua experiencia no meu face, tudo em?! Bjs

Anônimo disse...

Para a Dra. Ana Maria, com carinho e admiraçao.

Quando Deus fez a mulher já estava em seu sexto dia de trabalho fazendo horas extras. Um anjo apareceu e Lhe disse: "Por quê leva tanto tempo nisto?"
E o Senhor respondeu: "Já viu a minha ficha de especificações para ela?"
Deve ser completamente lavável, mas sem ser de plástico, ter mais de 200 peças móveis e ser capaz de funcionar com uma dieta de qualquer coisa, até sobras, ter um colo que possa acomodar quatro crianças ao mesmo tempo, ter um beijo que possa curar desde um joelho arranhado até um coração partido e fará tudo isto somente com duas mãos."

O anjo se maravilhou com as especificações. "somente duas mãos....Impossível! E este é somente o modelo básico?
É muito trabalho para um dia...Espere até amanhã para terminá-la."
"Isso não, protestou o Senhor. Estou tão perto de terminar esta criação que é favorita de Meu próprio coração.
Ela se cura sozinha quando está doente e pode trabalhar jornadas de 18 horas."

O anjo se aproximou mais e tocou a mulher.
"mas o Senhor a fez tão suave..."

"É suave", disse Deus, mas a fiz também forte. Você não tem idéia do que pode agüentar ou conseguir."

"Será capaz de pensar?" perguntou o anjo.

Deus respondeu: "Não somente será capaz de pensar mas também que raciocinar e de negociar"

O anjo então notou algo e estendendo a mão tocou a bochecha da mulher."Senhor, parece que este modelo tem um vazamento...
Eu Lhe disse que estava colocando muita coisa nela..."

"Isso não é nenhum vazamento... é uma lágrima" corrigiu o Senhor.

" Para que serve a lágrima?" perguntou o anjo.

e Deus disse: "As lágrimas são sua maneira de expressar seu destino, sua pena, seu desengano, seu amor, sua solidão, seu sofrimento e seu orgulho."

Isto impressionou muito ao anjo "O Senhor é um gênio, pensou em tudo. A mulher é verdadeiramente maravilhosa"

Sim é!

A mulher tem forças que maravilham aos homens. Agüentam dificuldades, levam grandes cargas, mas têm felicidade, amor e alegria. Sorriem quando querem gritar. Cantam quando querem chorar. choram quando estão felizes e riem quando estão nervosas. Lutam pelo que crêem. Enfrentam a injustiça. Não aceitam "não" como resposta quando elas crêem que há uma solução melhor. Privam-se para que a sua família possa ter. Vão ao médico com uma amiga que tem medo de ir. Amam incondicionalmente. Choram quando seus filhos triunfam e se alegram quando seus amigos ganham prêmios. Ficam felizes quando ouvem sobre um nascimento ou um casamento. Seu coração se parte quando morre uma amiga. Sofrem com a perda de um ente querido, entretanto são fortes quando pensam que já não há mais forças. Sabem que um beijo e um abraço podem ajudar a curar um coração partido.
Entretanto, há um defeito na mulher: É que ela se esquece o quanto vale...

Anônimo disse...

Hoje em dia as pessoas, de um modo geral, temem muitas coisas e situações e por isso se sentem inseguras.

Saem de casa só quando não tem outro jeito, por temer a violência.

Não fazem amigos porque temem se aproximar de alguma pessoa indesejável.

Deixam de conhecer alguém especial por temor de estreitar laços com estranhos.

Perdem oportunidades de adquirir novos conhecimentos porque temem não ter capacidade para aprender.

Evitam expor seu verdadeiro caráter por temer o julgamento dos outros e a não aceitação.

Não se entregam a um grande amor por medo de sofrer.

Abdicam de ocupar uma posição melhor na empresa porque temem não dar conta do recado.

Não abrem mão de costumes e idéias cristalizadas por medo de enfrentar o que é diferente ou é novo.

Deixam de fazer investimentos por temor de uma mudança brusca na economia.

O temor é um grande obstáculo ao progresso e à felicidade de muitas criaturas, na face da Terra.
Assim, se você é uma dessas pessoas que guarda temor de alguma coisa, pense nas muitas vantagens que teria se superasse esse grande obstáculo.

Anônimo disse...

Dra. Ana Maria, depois de tudo o que a senhora passou, digo-lhe que deve
FAÇA NOVO O TEU ANO

Frei Betto

Neste ano-novo, se faça novo, reduza a sua ansiedade, regue de ternura seus sentimentos mais profundos, imprima a seus passos o ritmo das tartarugas e a leveza das garças.

Não se mire nos outros; a inveja é um cancro que mina a auto-estima, fomenta a revolta e abre, no centro do coração, o buraco no qual se precipita o próprio invejoso.

Espelhe-se em si mesmo, assuma seus talentos, acredite em sua criatividade, abrace com amor sua singularidade. Evite, porém, o olhar narciso. Seja solidário: ao estender aos outros as suas mãos, estará oxigenando a própria vida. Não seja refém de seu egoísmo.

Cuide do que fala. Não professe difamações e injúrias. O ódio destrói a quem odeia, não o odiado. Troque a maledicência pela benevolência. Comprometa-se a expressar alguns elogios por dia. Sua saúde espiritual agradecerá.

Não desperdice sua existência hipnotizado pela TV ou navegando aleatoriamente pela internet, naufragado no turbilhão de imagens e informações que não consegue síntetizar. Não deixe que a sedução da mídia anule sua capacidade de discernir e o transforme em consumista compulsivo. A publicidade sugere felicidade e, no entanto, nada oferece senão prazeres momentâneos.

Centre sua vida em bens infinitos, nunca nos finitos. Leia muito, reflita, ouse buscar o silêncio neste mundo ruidoso. Lá encontrará a si mesmo e, com certeza, um Outro que vive em você e que quase nunca é escutado.

Cuide da saúde, mas sem a obsessão dos anoréticos e a compulsão dos que devoram alimentos com os olhos. Caminhe, pratique exercícios físicos, sem descuidar de aceitar as suas rugas e não temer as marcas do tempo em seu corpo. Frequente também uma academia de malhar o espírito. E passe nele os cremes revitalizadores da generosidade e da compaixão.

Não dê importância ao que é fugaz, nem confunda o urgente com o prioritário. Não se deixe guiar pelos modismos. Faça como Sócrates, observe quantas coisas são oferecidas nas lojas que você não precisa para ser feliz. Jamais deixe passar um dia sem um momento de oração. Se você não tem fé, mergulhe em sua vida interior, ainda que por apenas cinco minutos.

Arranque de sua mente todos os preconceitos e, de suas atitudes, todas as discriminações. Seja tolerante, coloque-se no lugar do outro. Todo ser humano é o centro do Universo e morada viva de Deus. Antes, indague a si mesmo por que, às vezes, provoca nos outros antipatia, rejeição, desgosto. Revista-se de alegria e descontração. A vida é breve e, de definitivo, só conhece a morte.

Faça algo para preservar o meio ambiente, despoluir o ar e a água, reduzir o aquecimento global. Não utilize material que não seja biodegradável. Trate a natureza como aquilo que ela é de fato: a sua mãe. Dela você veio e a ela voltará. Hoje, vivemos do beijo que ela que nos dá continuamente na boca: ela nutre de oxigênio e alimentos a cada um de nós.

Guarde um espaço em seu dia a dia para conectar-se com o Transcendente. Deixe que Deus acampe em sua subjetividade. Aprenda a fechar os olhos para ver melhor.

Felicidades!

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros.

Anônimo disse...

Ana Maria,
Obrigado pelo texto rico e expressivo. Que Deus a ilumine sempre. Eu estava em Fortaleza quando minha assessora, que deve ser sua vizinha, me informou da tragédia. Depois eu vi os jornais, mas nada espelhou tão bem o desastre, como o seu texto que me puxou pra dentro da cena. Me recordou a adolescência lendo o vívido Camilo Castelo Branco em "Amor de Perdição". Parabéns pelo talento que Deus lhe deu.
Estevam Sampaio

Ana Maria disse...

Obrigada, meu colega, pela solidariedade e elogios ao meu texto. Quando alguma coisa me aflige, a única forma que encontro para me alcalmar é escrevendo sobre o assunto. Ajuda muito, mesmo.

Abraços,
Ana Maria

Anônimo disse...

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas
não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo,
pois não lhe custa um centavo sequer.

Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro.
Por isso, valorize sua familia, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama, e, aquelas que estão sempre ao seu lado.

Anônimo disse...

"O destino une e separa as pessoas, mas, nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas, que por algum motivo um dia nos fizeram felizes".

amgo disse...

Deixa eu orar por vc?
Soberano Deus e Eterno Pai!Entro em sua presença nesta hora, para pedir que abençoe essa pessoa que está orando comigo, Nas áreas: Física,financeira, espiritual, conjugal, sentimental e familiar. Pai! Se por
algum motivo, o inimigo estiver tramando algo, para atrapalhar os planos e sonhos dessa pessoa que é tão importante pra ti e para mim! Nessa hora seja desfeito todo mal, em nome do Senhor Jesus, envia anjos ao redor da vida dela, e faz dela mais que vencedora...

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