Em agosto último, foi destaque na
imprensa internacional que o advogado trabalhista Joward Levitt abandonara, na
rua, sua bem cuidada Ferrari Califórnia 2010 (valendo US$ 185 mil), para não
perder um voo de Toronto para Otawa (Canadá), para onde viajaria a fim de fazer
a defesa de seu cliente, na manhã seguinte.
Pouco mais de um mês depois, vem
agora a notícia de que a Ferrari não perdeu a oportunidade para acenar seu
marketing: entregou uma Ferrari Califórnia 2013, no valor de US$ 300 mil, ao
advogado, por um preço simbólico.
O caso
O advogado estava a caminho do
aeroporto, sob uma chuva torrencial. Na entrada de um túnel, a água estava baixa
e o trânsito lento. No meio do percurso, estourou um encanamento de esgoto e a
água suja subiu, causando uma inundação. Muitos carros passaram; a Ferrari, que
é muito baixa, não.
Levitt tentou encontrar, por
telefone, um guincho. Em vão. O advogado abriu a porta do carro e deixou a água
de esgoto entrar. Pegou sua bagagem no porta-malas, fez um policial lhe
prometer que encontraria um reboque para tirar o carro da rua, conseguiu pegar
um táxi e foi para o aeroporto.
Todos os voos naquele aeroporto haviam
sido cancelados por causa da tempestade. Levitt pegou um segundo táxi, foi para
outro aeroporto e chegou a tempo de pegar o último voo para Otawa. No dia
seguinte, compareceu à audiência, ganhou a causa para seu cliente, e voltou
para Toronto.
Repercussões
A proeza de Lewvitt transformou-se em
uma estrela de proporções épicas", escreveu o jornal Above the Law,
repercutido pelo Jornal da ABA - American Bar Association, que é a congênere da
OAB brasileira. A Ferrari aproveitou o
fato para destacar o advogado como "esse é o tipo de gente que dirige
uma Ferrari". Ficou com o automóvel 2010, subrogou-se na indenização
securitária e entregou o carro novo pelo preço simbólico de 1.000 dólares
canadenses.
Levitt acha que ele não fez nada
demais. "É por isso que a gente paga seguro" - disse. "Se
o conserto não fosse possível por causa da água de esgoto, não seria o fim do
mundo. Eu compraria outro. O fim do mundo seria perder a audiência e prejudicar
o cliente com uma revelia" - afirmou sorridente aos jornais
canadenses.
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