As
mudanças na geografia da criminalidade, ocorridas no decorrer da década de
2000, foram provocadas por diversos fatores – alguns de alcance nacional e
outros com especificidade regional.
Fatores de alcance global:
·
o
impacto do I Plano Nacional de Segurança, que aumentou o repasse de verbas da
União para a expansão do sistema prisional federal e estadual
·
o Estatuto
do Desarmamento, que entrou em vigor em 2003.
·
as
mudanças ocorridas no mercado de drogas, que acompanhou a expansão econômica
das cidades situadas fora dos eixos metropolitanos. “Essas localidades passaram
a se tornar mais atrativas para o tráfico porque, com mais renda, o consumo de
drogas tende a aumentar. Esse mercado ilegal é acompanhado da violência. O
crescimento fica comprovado com o aumento no número de mortes por overdose em
oito vezes no País, no período de 2000 a 2010″, afirma Daniel Cerqueira.
Fatores
de caráter local e regional
·
a associação entre crescimento econômico e
atividades criminosas em áreas de fronteira, desmatamento e extração ilegal de
madeira.
·
a formulação de novos padrões de política
pública em matéria de segurança e assistência social, como a instalação das
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas dominadas pelo narcotráfico
na cidade do Rio de Janeiro, a partir de 2008, e a estratégia adotada pelo
Estado de São Paulo, que intensificou operações e investigações com base na
expansão dos serviços de inteligência e na utilização de estatísticas para
planejar as ações preventivas e repressivas das Polícias Civil e Militar.
Estas conclusoes estao no Tese de doutorado do economista
Daniel Ricardo de Castro Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), que pesquisou sobre as causas e as consequências do crime no Brasil.
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