O Brasil no ano da agricultura familiar

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O ano de 2014 foi declarado pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) como o ano da agricultura familiar. Tal fato revela a importância dessa atividade no mundo, à qual se dedicam em torno de 500 milhões de famílias entre camponeses, pescadores, populações indígenas, etc.
O problema é que a maior parte dessas famílias vive abaixo da linha de pobreza. No Brasil, existem atualmente 4,367,902 agricultores familiares reconhecidos, os quais fornecem 70% dos alimentos que constituem a dieta básica da população: feijão, mandioca, milho e leite; os outros 30% são produzido pelo agronegócio que exporta a maior parte da produção de soja e agrocombustíveis para o mercado chinês e outros.
Assim, como em muitos países da América Latina cheios de profundas contradições, no Brasil convivem dois modelos de agricultura e junto com eles, a riqueza mais excessiva junto à pobreza mais irrisória.

No tema da segurança alimentar, podem se notar mudanças estruturais importantes a partir do começo do século XXI, depois de uma década de políticas neoliberais. Essas mudanças foram produto de uma série de fatores econômicos, políticos e sociais que aconteceram no país, mas que foram catapultadas por uma marcada pressão social da sociedade civil organizada (materializada na criação do CONSEA) e institucionalizadas com a vontade política do governo, especialmente no período do presidente Lula. Assim, no campo da segurança alimentar e nutricional, o país conseguiu estabelecer um sistema complexo, intersetorial e integrado para dar resposta às demandas sociais e conquistar o direito a alimentação, reconhecido explicitamente na Constituição desde o ano 2010. 

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