Os réus, todos idosos e frágeis, participavam do círculo íntimo do falecido Pol Pot, dirigente maoísta educado na França que comandou o regime do Khmer Vermelho (1975-79), período em que cerca de 1,7 milhão de pessoas foram mortas em campos de "reeducação".
Vestindo trajes casuais, o "Irmão Número 2", Nuon Chea, o ex-presidente Khieu Samphan, o ex-chanceler Ieng Sary e Ieng Thirith, que foi ministro de Assuntos Sociais, ouviram impassíveis a leitura das alegações iniciais no tribunal especial copatrocinado pela ONU. O plenário estava lotado, e a audiência foi transmitida pela TV.
Quase um quarto da população cambojana da época foi morta por torturas, execução, fome ou exaustão durante o regime do Khmer Vermelho.
Os quatro réus, de acordo com as leis cambojanas e internacionais, são acusados de cometerem crimes contra a humanidade, genocídio, homicídios, escravismo, perseguições políticas e religiosas, tratamento desumano e cárcere ilegal.
A expectativa é de que todos eles se declarem inocentes. Pol Pot, o "Irmão Número 1", morreu em 1998.
A audiência inicial foi dominada por manobras dos advogados de Ieng Sary para que o processo seja arquivado por duplicidade. Ele já havia sido sentenciado à morte por um tribunal criado pelos invasores vietnamitas em 1979, mas foi perdoado 17 anos depois pelo então rei do Camboja, Norodom Sihanouk.
"Um indivíduo não pode ser julgado duas vezes por um crime pelo que um tribunal já o tenha absolvido ou condenado", disse o advogado Ang Udom. "Trazer Ieng Sary a julgamento outra vez é uma violação."
fonte
http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2750747/comeca-julgamento-de-ex-dirigentes-do-khmer-vermelho
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