O que dizem os especialistas?
Roberto Correa, cientista político e professor da UPA.
Com base em um estudo dos dados econômicos da população paraense, levando em consideração informações do IBGE e do Ipea, que aponta a redução do Produto Interno Bruto (PIB) dos três Estados, Roberto Correa traduz tal dado como demonstração de uma inconsistência de sustentabilidade das possíveis unidades federativas.
O professor Roberto enfatiza que o estudo, embora ainda inconcluso, já aponta como certo que Tapajós, Carajás e Pará sofrerão choques fiscais para implantação das novas unidades federativas. Haverá perdas de tributos, aumento de despesas administrativas, sobretudo para os dois novos Estados. Neste aspecto, como já constataram outros estudos realizados por outras instituições, Tapajós terá o maior déficit, menor PIB e já nascerá “no vermelho”.
Com relação ao Estado Carajás, segundo o professor, o estudo também aponta que, com a redivisão, a região deverá ficar com atividade do agronegócio e mineral, de forma que não haverá sacrifício da população dos municípios locais.
Ramiro Nazaré, economista
O economista Ramiro Nazaré afirma que se a divisão se consolidar o futuro será a frustração, oriunda da inviabilidade de sustentação das novas federações. Ele afirma que não há nenhum convencimento técnico ou ocorrência mundial similar que ateste existir correlação entre território menor e nível de bem-estar social, como defendem as frentes pró-criação dos novos Estados.
como exemplo ele mosta que o Brasil tem quase 5.700 municípios, que é um recorde no mundo. Quase 80% vieram de desmembramentos. Desse total de desmembrados, 2/3 vivem em condição de penúria.
Ademais, com a divisão, a população do Pará sofrerá as consequências da diminuição dos projetos constantes do PPA do governo atual e que Carajás e Tapajós não ficarão nem mais pobres nem mais ricos.
Sobre o PIB, Ramiro alega que é apenas uma medida de contabilidade que tem mais validade em comparações internacionais. Ele cita como exemplo a Venezuela, que por causa do petróleo tem um dos mais altos PIB’s da América Latina, mas o povo em sua grande maioria vive dos subsídios do governo, sem capacidade de investir, importando até palito de dentes.
Edir Veiga, cientista social e professor da UFPA
Edir Veiga aponta que os governos estaduais têm sido governos da Região Metropolitana de Belém, motivo pelo qual os argumentos sociais e econômicos são os mais considerados, sendo quel tal fato fortalece o sentimento de separação das regiões oeste, sul e sudeste paraenses.
Os investimentos têm sido escassos, principalmente na região oeste, que historicamente tem sido relegada a pequenos projetos. Especialmente, afirma o professor, a partir da Lei Kandir - aprovada em 1996 e que desonera as importações - que atingiu em cheio as regiões. “Os grupos que querem manter o Pará unido se usarem os dados econômicos como argumento perderão o debate”, alerta Edir Veiga.
Ele lembra que o movimento pela criação do Tapajós é secular e pelo Carajás bem mais recente, de uns 20 anos para cá. “Os governos abandonaram estas regiões. Para integração é preciso uma visão estratégica, mas o que se percebe é que nunca houve integração nem econômica nem cultural”, ressalta Edir Veiga.
Com base em um estudo dos dados econômicos da população paraense, levando em consideração informações do IBGE e do Ipea, que aponta a redução do Produto Interno Bruto (PIB) dos três Estados, Roberto Correa traduz tal dado como demonstração de uma inconsistência de sustentabilidade das possíveis unidades federativas.
O professor Roberto enfatiza que o estudo, embora ainda inconcluso, já aponta como certo que Tapajós, Carajás e Pará sofrerão choques fiscais para implantação das novas unidades federativas. Haverá perdas de tributos, aumento de despesas administrativas, sobretudo para os dois novos Estados. Neste aspecto, como já constataram outros estudos realizados por outras instituições, Tapajós terá o maior déficit, menor PIB e já nascerá “no vermelho”.
Com relação ao Estado Carajás, segundo o professor, o estudo também aponta que, com a redivisão, a região deverá ficar com atividade do agronegócio e mineral, de forma que não haverá sacrifício da população dos municípios locais.
Ramiro Nazaré, economista
O economista Ramiro Nazaré afirma que se a divisão se consolidar o futuro será a frustração, oriunda da inviabilidade de sustentação das novas federações. Ele afirma que não há nenhum convencimento técnico ou ocorrência mundial similar que ateste existir correlação entre território menor e nível de bem-estar social, como defendem as frentes pró-criação dos novos Estados.
como exemplo ele mosta que o Brasil tem quase 5.700 municípios, que é um recorde no mundo. Quase 80% vieram de desmembramentos. Desse total de desmembrados, 2/3 vivem em condição de penúria.
Ademais, com a divisão, a população do Pará sofrerá as consequências da diminuição dos projetos constantes do PPA do governo atual e que Carajás e Tapajós não ficarão nem mais pobres nem mais ricos.
Sobre o PIB, Ramiro alega que é apenas uma medida de contabilidade que tem mais validade em comparações internacionais. Ele cita como exemplo a Venezuela, que por causa do petróleo tem um dos mais altos PIB’s da América Latina, mas o povo em sua grande maioria vive dos subsídios do governo, sem capacidade de investir, importando até palito de dentes.
Edir Veiga, cientista social e professor da UFPA
Edir Veiga aponta que os governos estaduais têm sido governos da Região Metropolitana de Belém, motivo pelo qual os argumentos sociais e econômicos são os mais considerados, sendo quel tal fato fortalece o sentimento de separação das regiões oeste, sul e sudeste paraenses.
Os investimentos têm sido escassos, principalmente na região oeste, que historicamente tem sido relegada a pequenos projetos. Especialmente, afirma o professor, a partir da Lei Kandir - aprovada em 1996 e que desonera as importações - que atingiu em cheio as regiões. “Os grupos que querem manter o Pará unido se usarem os dados econômicos como argumento perderão o debate”, alerta Edir Veiga.
Ele lembra que o movimento pela criação do Tapajós é secular e pelo Carajás bem mais recente, de uns 20 anos para cá. “Os governos abandonaram estas regiões. Para integração é preciso uma visão estratégica, mas o que se percebe é que nunca houve integração nem econômica nem cultural”, ressalta Edir Veiga.
3 comentários:
O que os professores devem fazer diante da decisão do governo do estado de não cumprir a Lei do Piso?
Acesse: http://midiasnaeducacaopara.blogspot.com/
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Marcelo Carvalho
Marcelo, se há lei, é um direito positivado. Portanto, ele pode ser exigível via de ação judicial. os professores devem mover ação contra o Estado.
v
DIGA NÃO À DIVISÃO TERRITORIAL DO PARÁ.
"Marabá e Marapanim, Castanhal, Soure e Monte Alegre
Vigia, Marudá, Gurupi
Salinas, Jacundá, Juruti,
Santarém e Maracanã, Timboteua e Algodoal, Joanes, Curuá, Moju
Bragança, Salvaterra, Marituba
Araguaia, Igarapé- Mirim, Breves
Igarapé-Açú, Abaetetuba, São Domingos do Capim, Chaves, Óbidos, Tomé-Açú, Marudá
Itaituba, Marituba, Cametá, Peixe-Boi, Viseu, Oeiras, Portel
Bujarú, Uarí, Capanema e Gurupá
Altamira, Ananindeua, Ourém
Itinga, Oriximiná, Benevides
Almerim, Faro, São Sebastião, Acará
Alenquer, Inhangapí, Santo Antônio do Tauá, Mocajuba, Arari
São Miguel do Guamá, Aveiro, Anajás, Jacareacanga, Santa Maria, São Félix, Parauapebas...." (NILSON CHAVES)
Este é o Pará, inteiro, completo, de rios gigantes, de ricas florestas, "princesa louçã da Amazônia", "sentinela do Norte", como tão poeticamente canta nosso belo hino estadual. Não deixemos que ele seja esquartejado por aqueles que só querem o PODER, o DINHEIRO dos cofres públicos, dos nossos bolsos, do nosso suor (mais governadores, mais senadores, mais deputados, etc), e que continuarão a beber o sangue dos paraenses em detrimento da miséria do povo. Mudemos os políticos (o que já deveria ter sido feito há muito tempo), mas não permitamos que dilacerem nossa terra.
Caso você seja a favor da divisão de nosso estado, respeito sua ótica, todavia, reservo-me o direito e o dever de repudiar a mutilação do meu corpo territorial, que é a soma de todos os seus membros.
A cobiça por nossas riquezas, a inveja de nosso patrimônio natural não pode chegar a este ponto. Dividir o Pará é a maior afronta e violência que podem fazer com os verdadeiros paraenses. Façamos o possível e também o impossível para evitarmos esta desgraçada medida. Usemos a internet, vamos às ruas em passeatas, protestemos em praças públicas. Isto é exercer plenamente a nossa cidadania em uma sociedade democrática. Mesmo que seja, literalmente, preciso brigar, vamos à luta, porque os filhos legitimos deste solo dela não fogem. Façamos circular em nossas veias novamente nosso sangue cabano (se é que ainda há sangue em nós pulsando). Defendamos o que é nosso por direito -NOSSA TERRA. Expulsemos os arrivistas ladrões de nossos bens. Que sejamos, pelo menos desta vez, bravos e fortes filhos do Norte.
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