Dividir resolve? vejam o exemplo do Paquistão

sábado, 10 de setembro de 2011

Por Ana Maria, resenha do texto do Prof. Mario Tito, publicado em http://alemdoontico.blogspot.com/2011/09/o-paquistao-e-o-para-dividir-resolve.html

O professor Mario Tito Almeida* faz um paralelo entre a separação do Paquistão da India e a divisão do Pará a partir da leitura do  livro "Duelo", de Tariq Ali, onde o paquistanês (que teve que fugir de seu país para viver em Londres) relata os fatores que levaram à independência do Paquistão. 

A divisão do país, diz o autor, é adjetivada como "partição", sendo que o processo resultou em grande derramamento de sangue de hindus, muçulmanos e sikhs do norte e leste da Índia, que vivam, até então, com certa paz e respeito mútuo, haja vista que, na avaliação do autor, o Paquistão foi criado para ser um Estado da elite muçulmana, de forma que os interesses dos muçulmanos das classes média e média baixa não foram resgaurdados. 
É claro que, durante a campanha de "partição" essa situação não foi revelada pelos líderes que a apoiavam, de forma que, ao ser percebida,  resultou em revolta. 
Essa situação, diz o Prof. Mario, "grosso modo, permanece até hoje. Só quem ganhou foram os muçulmanos da elite que se aliaram inicialmente aos ingleses e aos EUA, posteriormente".
Fazendo uma reflexão, ocorreu a Mario fazer um paralelo deste trecho da história paquistanesa com o movimento de divisão do Pará pois lhe pareceu que, em alguns aspectos, a situação se assemelhe. Por exemplo:
A propaganda da separação dos muculmanos paquistanesex se sustentava na alegação de que, separados da India,  poderiam se tornar um país forte, desenvolvido, independente. Feita a separação, o que se "vê é muita pobreza na população e uma pequena elite gozando de bem estar".
Fazendo um paralelo com o caso do Pará, o filósofo alerta que existe um anseio de melhoria de vida, de atendimento das necessidades locais e de recebimento de maior atenção do poder central, por parte da população que reside nas áreas que desejam separar, mas também existe "grandes interesses de um grupo de elite na divisão, ou melhor, da criação de um espaço onde se possa ganhar mais". 
Mário aponta que os mais interessados e também financiadores da campanha separatista são os políticos e empresários que - "de alguma forma - prospectam ganhos no futuro com a divisão".

Ao final, Mario propõe refletir sobre se todos, efetivamente, vão ganhar, quem vai perder e quem quer a divisão prá valer. Para ele, devemos avaliar se "os anseios não seriam resolvidos com maior atenção àquelas sub regiões do estado que secularmente foram esquecidas pelo poder público estadual e nacional", isto é, tentar garantir melhores condições de vida a partir de maior participação nas decisões políticas do Estado do Pará.

*Mario Tito é , filósofo, teólogo e profundo conhecedor da questão agrária no estado do Pará,

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