Na última sexta-feira (26), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresentou à Suprema Corte denúncia criminal contra a deputada. Ela é acusada de peculato por ter atuado para que um servidor público usasse sua função no desvio de recursos em benefício dele e de terceiros.
De acordo com a denúncia, a deputada teria recebido em torno de R$ 100 mil do esquema de pagamento de propina em troca de apoio político ao ex-governador José Roberto Arruda. O caso será analisado pelo ministro Joaquim Barbosa e ainda não tem prazo para ser levado ao plenário do STF.
1 comentários:
A Câmara dos Deputados decidiu, na terça-feira (30), manter o mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) mesmo tendo sido ela flagrada em um vídeo recebendo dinheiro do pivô do escândalo do mensalão do DEM. Essa absolvição, porém, não interrompe e nem impede que ela seja processada pelo crime de peculato, perante o STF (Supremo Tribunal Federal).
Certeza de impunidade
Absolvida por 265 votos dos colegas, Jaqueline Roriz demonstrou tranquilidade durante todo o processo em que esteve ameaçada de cassação. Dentro do plenário da Câmara, também não foi preciso montar qualquer operação para salvar o mandato da deputada federal de primeira viagem, mas que carrega no sobrenome uma das marcas mais tradicionais da política da capital federal. As rodas de deputados davam como certa, desde cedo, sua absolvição. A possibilidade de Jaqueline Roriz ser cassada por conta do vídeo em que aparece recebendo dinheiro ilícito, em 2006, era como um atestado de que outros parlamentares poderiam enfrentar o Conselho de Ética por possíveis desvios cometidos no passado.
De nada adiantaram os discursos inflamados na tribuna da Câmara contra o que foi classificado como desfaçatez, nas palavras utilizadas pelo relator do caso, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
- O que me norteia não é a vontade de acusar, mas a de defender esse Parlamento. E se um deputado fosse flagrado hoje por ter praticado pedofilia, estuprado ou matado alguém em 2002? Tomando conhecimento agora desse caso, o que essa Casa faria? Diria que o parlamentar pode conviver conosco?
Em sua defesa, a deputada frustrou as expectativas e sequer mencionou o vídeo em que foi flagrada com Durval Barbosa, pivô do esquema de corrupção que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Preferiu atacar a imprensa e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que a denunciou na semana passada ao STF (Supremo Tribunal Federal).
- Lamentavelmente, vivemos um período em que parcela da mídia devora a honra de qualquer pessoa.
Jaqueline estava tão tranquila que deixou o plenário antes mesmo do placar final de seu processo ser anunciado oficialmente.
Os votos a favor de 166 deputados e as 20 abstenções não trouxeram qualquer preocupação. Eram necessários 257 votos para tirar o mandato de Jaqueline, mas a votação foi secreta.
Para o deputado Reguffe (PDT-DF), proporcionalmente o mais votado do país, o espírito corporativista da Câmara prevaleceu e salvou mais um parlamentar envolvido em graves acusações.
- O eleitor tem sempre o direito de saber como seu representante vota. Faço um apelo para que essa regra mude, porque o voto secreto é a matriz da indústria da impunidade.
Postar um comentário