Cresce a cada dia a revolta dos belenenses pela troca arbitrária e inculta do nome da APINAGÉS.
Moradores de Belém, inconformados com a "falta de cultura da braba" do vereador Gervásio Morgado e demais edis que nao hesitaram em aprovar a proposta de troca do tradicional nome da rua em favor de Jerônimo Rodrigues, empresário do ramo supermercadista, falecido em 2009, criaram o movimento SEMPRE APINAGÉS, que visa resistir à mudança.
Desde o dia 24 de agosto de 2011, o movimento tem colhido assinaturas em um abaixo-assinado que será encaminhado a Prefeitura de Belém EXIGINDO o retorno do nome da APINAGÉS. Nos últimos dois dias foram colhidas mais de 2.500 assinaturas.
- Barracas de venda de coco da Praça B Campos;
- Ponto de Táxi da Apinagés com a São Miguel;
- Panificadora O Portuga (Apinagés esquina com a Mundurucus);
- Lava-Jato do Crico (Apinagés entre Mundurucus e Pariquis)
- Lanchonete Araújo (esquina da Tupinambás com a Mundurucus).
O movimento, que conta com página no Facebook, comunidades no Orkut e perfil no Twitter, tem a seguinte mensagem ao povo de Belém:
"Tamoios, Mundurucus, Pariquis, Tupinambás, Apinagés. Nomes indígenas que fazem parte dos dias dos moradores de Belém, nas ruas que cortam os bairros do Jurunas, Batista Campos, Condor. Mas o vereador Gervásio Morgado não gosta da homenagem às nações que por aqui estavam antes dos europeus. Não, Gervásio prefere homenagear outras pessoas, de preferência empresários, contribuintes em potencial de campanhas políticas. Então, Gervásio resolve trocar o nome da travessa Apinagés ("quem seriam esses Apinagés?", talvez tenha pensado Gervásio). Gervásio propõe a troca de Apinagés por Jerônimo Rodrigues ("melhor um empresário que uma tribo de índios que nem sei quem são", talvez tenha pensado Gervásio). E assim foi feito. Com a anuência da grande maioria dos vereadores, Gervásio ficou feliz com o seu feito ("menos uma rua com nome estranho, agora tem nome de gente de bem", talvez tenha pensado Gervasio). Mas Gervásio, sem dúvida, não pensou que sua proposta é um crime cultural. Não pensou que os moradores da Travessa Apinagés poderiam não gostar da mudança e, mais absurdo, poderiam reagir. Mas eles o fizeram. Essa página é uma forma de ajudar a organizar esse movimento para trazer de volta os Apinagés para as ruas de Belém. Como a resistência dos nossos antepassados indígenas, com a astúcia do Chapolim Colorado, com a forma de luta que criarmos, vamos conseguir isso. Gervásio não vai gostar, já não está gostando, mas Apinagés não é Jerônimo, a Travessa Apinagés é para sempre".
Meus comentários: O remédio heroico contra esse ato atentatório ao patrimonio cultural do povo de Belém é a AÇÃO POPULAR.
Há vários julgados no sentido de reconhecer que a ação popular é um instrumento cabível contra lei de efeito concreto, como é o caso da lei municipal que mudou um nome tradicional, histórico e cultural de uma rua de nossa cidade para outro completamente desconhecido, cuja única razão é o fato de tratar-se de uma pessoa abastada que residia na APINAGÉS, mas que nao possui em sua biografia nenhum feito conhecido da população que tenha contribuído, de alguma forma, para o bem público sem que tivesse sido movido pelo próprio interesse de ampliar seus negócios na cidade.
Várias pessoas com quem já tinha comentado esse ato anti-cultural manifestaram desejo de assinar, junto comigo, uma ação dessa natureza.
Mestre, mãos à obra!!
9 comentários:
Filhooooo!! compra um nome de rua para mim também?
ah.. tambem quero.... quero que a mundurucus - que é grandona - passe a se chamar com meu nome. por que não? se a 25 de setembro pereceu e a apinagés tambem, porque nao posso comprar uma rua grndona para colocar meu nome? pensam que nao posso, é?
Que felicidade em ver que existe este ato!! Eu fiquei preocupado quando soube da mudança do nome da Apinagés e não vi ninguém se manifestar, pelo contrário, teve colunas famosas de periódicos locais que estava é anunciando o feito com orgulho.
Tantas outras ruas com nomes menos representativos na cidade, e me vem este vereador querer mudar justamente esta que tem valor cultural? Com o aval do (des)prefeito, claro.
Esse pessoal da camara nao respeita mesmo o povo. Vejam quem elegemos.
esta mesma ação danosa ocorreu com a Rua CONCEIÇÃO. Os moradores ao acordar estavam na ENGENHEIRO FERNANDO
GUILHON. Sem nenhuma ofensa ao cidadão do nome, digo que, se querem homenagear alguem devem construir algo novo, como abrir uma nova rua, ou asfaltar, e aí dao o nome do ricaço que quiserem.
Tantas coisas para os vereadores se preocuparem como: a saúde, a educação, as ruas mal sinalizadas, os lixões já estão em cada bairro, entre outros agravandes que a nossa cidade vem sofrendo. E este vereador esta preocupado em trocar nome de ruas na cidade de Belém.
É bom não esquecer que hoje os vereadores votam. Amanhã seremos nós
Quando as placas da Apinagés voltem ao lugar de onde nunca deveriam ter saído ? Se é ilegal, injusto, ofensivo à cultura , à tradição , à economia, às referências culturais, ao plano urbanísticos, o que está faltando ? Vamos suportar mais isto até quando?
E as placas da Apinagés até agora não voltaram ao lugar.
TODOS DEVEMOS SER ASSIM, PREOCUPADOS EM CONSERVAR O PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL QUE CONSTRUIRAM NOSSA HISTÓRIA.
GERVÁSIO, PELO VISTO, DEU UMA DESEQUILIBRADA! MAS, CREIO QUE ELE VAI ENTENDER; DEVEMOS RESPEITAR O NOME E O SENTIMENTO DE NOSSOS ANCESTRAIS. ISSO QUE É TELÚRICA. HONRAR OS AMERÍNDIOS SEMPRE... ESSE FATO DEMONSTRA QUE FALTA CERTA PERCEPÇÃO CULTURAL EM ALGUNS "PARLAMENTARES".
PARABENS AOS QUE PARTICIPAM ASSINANDO O AMNIFESTO.
GAIA (ESCRITOR E POETA PARAENSE- peritobelem@hotmail.com)
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