58º. Aniversário da morte de Getúlio Vargas.

domingo, 26 de agosto de 2012


Na última sexta-feira (24), foi o 58º. Anoversário da morte de Getúlio Vargas.
 
Em 24 de agosto de 1954, terminava o mandato do presidente que mais tempo governou o Brasil. Getúlio Vargas suicidou-se com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal.

Vargas foi o mais controvertido político brasileiro do século XX. Sua influência se estende até hoje. Gaúcho, ele foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou uma ditadura que chamou de Estado Novo.

Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas, mas continuou a governar nos moldes da política nacionalista.
Criou a campanha ”O Petróleo é Nosso”, que resultou a criação da Petrobras.

O “pai dos pobres”, como era chamado por seus simpatizantes, criou a Justiça do Trabalho, instituiu o salário mínimo e a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.

Durante o governo Vargas foram criadas a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce, a Hidrelétrica do Vale do São Francisco, e o IBGE -Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Vida antes da presidência
Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, no município de São Borja (fronteira com a Argentina), interior do Rio Grande do Sul.
Na juventude, alterou documentos para fazer constar o ano de nascimento como 1883. Este fato somente foi descoberto nas comemorações de seu centenário de nascimento, quando, verificando-se os livros de registros de batismos da Paróquia de São Francisco de Borja, descobriu-se que Getúlio nasceu em 1882, constando, no seu assento de batismo.

A Revista do Globo que fez uma série de entrevistas com Getúlio, em 1950, antes da campanha eleitoral, contou que Getúlio corrigiu os repórteres dizendo que nasceu em 1883.

Getúlio Vargas proveio de uma tradicional família da zona rural da fronteira com a Argentina. Os Vargas são originários do Arquipélago dos Açores, como a maioria das famílias povoadoras do Rio Grande do Sul que emigraram para o Brasil em busca de melhores condições de vida. Uma genealogia detalhada de Getúlio Vargas foi escrita pelo genealogista Aurélio Porto. “Getúlio Vargas à luz da Genealogia” foi publicada pelo Instituto Genealógico Brasileiro, em 1943.

Pelo lado paterno, seu pai descendia de família paulista tradicional: era descendente, por exemplo, de Amador Bueno, personagem de destaque na história de São Paulo e patriarca de muitas famílias não apenas de São Paulo, mas também Minas Gerais, Goiás e Sul do Brasil.

Getúlio manteve-se sempre ligado à principal atividade econômica dos pampas, a pecuária, e assim iniciou o seu discurso, em Uberaba, durante a campanha presidencial de 1950:
A passagem de Getulio pelo exército e a origem militar (o seu pai lutou na guerra do Paraguai), seriam decisivos na formação de sua compreensão dos problemas das forças armadas, e no seu empenho em modernizá-las, reequipá-las, mantê-las disciplinadas e afastá-las da política, quando chegou à presidência da república.

Matriculou-se, em 1904, na Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre, atual da UFRGS. Bacharelou-se em direito em 1907. Trabalhou inicialmente como promotor público junto ao fórum de Porto Alegre, mas decidiu retornar à sua cidade natal para exercer a advocacia. A orientação filosófica, como muitos de seu estado e de sua época, era o positivismo e o castilhismo, a doutrina e o estilo político de Júlio Prates de Castilhos.
 

Getúlio vê a vida pública como missão, e assim sintetizou o seu governo em 1950: a missão social e política de meu governo não foi ideada pelo arbítrio de um homem, nem por interesses de um grupo; foi-me imposta, a mim e aos que comigo colaboram, pelos interesses da vida nacional, e pelos próprios anseios da consciência coletiva!

Casou-se, em São Borja, em 4 de março de 1910, com Darcy Lima Sarmanho, com quem teve cinco filhos: Lutero Vargas, Getulinho, que morreu cedo, Alzira Vargas, Jandira e Manuel Sarmanho Vargas, (o Maneco) que cometeu suicidio.

Este casamento foi um ato de conciliação, pois as famílias dos noivos eram apoiadoras de partidos políticos rivais na Revolução Federalista de 1893. A família de Darcy Sarmanho era maragato (do Partido Federalista do Rio Grande do Sul) e a de Getúlio ximango (do Partido Republicano Rio-grandense).

Em relação a quem seria a muito comentada amante secreta de Getúlio na década de 1930, Juracy Magalhães, no livro-entrevista autobiográfico “Juraci, o último tenente”, da editora Record,1996, na página 144, dá indicação segura de se tratar de Aimée Sotto Maior, que depois seria “a senhora De Heeren de fama internacional”;


Religião - Getúlio se declarava agnóstico e fora influenciado em sua formação pelo positivismo.
A ascensão de Getúlio à presidência em 1930, representa tanto sua ruptura com as diretrizes positivistas, ideologia que influenciou o Brasil durante a República Velha, quanto a volta da influência do catolicismo no estado laico. Por volta de 1930 o segundo cardeal do Brasil, Sebastião Leme pressionou Getúlio Vargas a reinserir o catolicismo na esfera pública brasileira, como evidencia a carta do cardeal a Getúlio “ou o Estado [...] reconhece o deus do povo ou o povo não reconhecerá o Estado” [14]. Tal atitude levou a Getúlio decretar a introdução do ensino religioso na educação pública.

Sobre a religiosidade de Getúlio, o jornal O Globo de 25 de fevereiro de 1996, seção "O País", página 3, na reportagem "Os segredos de Alzira Vargas" informa: "Embora se declarasse agnóstico, alguns santinhos que deixou numa carteira gasta de dinheiro, antes de cometer suicídio e que foram recolhidos para o acervo de Alzira revelam que Getúlio tinha fé. Há santinhos de Nossa Senhora e de São Francisco de Assis. Ele guardou com carinho, também, uma cruz de ouro que lhe foi presenteada em seu segundo governo pelo então presidente do Abrigo Cristo Redentor Levy Miranda."

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