O MOLEIRO DE SANS-SOUCI

domingo, 26 de agosto de 2012

POR Walmari Prata de Carvalho


O Brasil todo volta sua atenção para o julgamento do” Mensalão”.Não resta duvida que a vontade do povo consiste na condenação de todos os envolvidos.Vontades a parte,ate mesmo por segurança republicana de todo cidadão devemos esperar que a justiça seja feita baseada no estabelecido em lei,e,no restrito conteúdo das peças processuais,jamais ao desejo midiático ou popular.
Na última sessão onde o revisor proferiu seu voto, as expectativas de todos pela estrita condição jurídica do feito ficou abalada, quando o relator pediu a replica,e, o revisor manifestou-se pela treplica. Pareceu a todos tratar-se de um embate entre a promotoria e o advogado de defesa de um júri comum, onde um acusa e o outro defende o réu.
Podem com tais condutas, ate mesmo buscarem uma visibilidade de melhores entendimentos de seus argumentos para os demais pares, entretanto, a primeira sensação que fica é o da divisão de interesses pessoais, um querendo a todo custo condenar, e, o outro a todo custo inocentar. A principio a emoção do desejo pessoal suplantou o dever de oficio do juiz.Para a segurança de todos será necessário dissipar esta impressão pública dissolvendo os sentimentos pessoais em arrazoados eminentemente jurídicos,que ainda assim devera serem robustecidos pela centralização na frieza das provas e na consistência das leis por ocasião da fala em sentença dos demais membros da casa.
O povo não pode perder o entendimento de que a mais alta corte do país realmente defende nossa constituição, e, de terem a certeza de que todo e qualquer recurso será julgado com base única e exclusivamente com base nas provas colhidas, e, em leis a serem aplicadas, jamais em desejos pessoais, partidários, ou pressões midiáticas ou mesmo popular.
A isto tudo lembro uma passagem histórica que os livros contam sobre o rei Frederico II, ”O Grande”, rei da Prússia, que resolveu construir um palácio de verão em Potsdam, próximo a Berlim. Ao precisar aumentar sua construção tentou comprar o moinho de um moleiro que, se negou a vendê-lo. O rei disse-lhe que se o desejasse poderia tomá-lo tendo o moleiro lhe respondido “AINDA HÁ JUÍZES EM BERLIM”.
Esperemos que, aqui também, assim seja.

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