AINDA HOJE FICO INDIGNADO, MAS DURMO. SERÁ QUE TODOS DORMEM?
Por WALMARI PRATA CARVALHO CEL PM RR
Postei o texto CONDENAÇÃO PELO GRITO, depois de vê-lo circulando na internet fiquei ainda mais indignado pela situação que sofrem os dois oficiais condenados sabendo do que sei. Quando me ofereci para prestar o depoimento técnico em juízo, o fiz esperando que a mim fosse permitido explanar em profundidade aquilo que passava na cabeça e no coração. Meu depoimento foi lacônico, mesmo quando iniciava a narrar alguma condição sempre fui interrompido para abster-me a responder simplesmente sim ou não, mesmo o advogado de defesa não explorou meu depoimento. Apesar de haver transmitido ao advogado e ao próprio Pantoja que, não puderam ou não desejaram utilizar por falta de sustentação, pois, palavras ditas sem testemunhos de terceiros podem ser facilmente contestadas. Ainda assim,hoje, não me resigno, e, tenho vontade de gritar tudo que escutei e disse ao Pantoja e ao advogado, e, que não foram tornado publico na ocasião. Não sei como este sentimento percebido por mim, não atinge também dois outros oficiais possuidores com maior profundidade desta mesma condição.
Sei que o tempo é passado, e, como pedra jogada, não volta mais atrás ou pelo transitado em julgado ou pela prescrição do fato. Nada podia ou posso provar apesar de haver à época dito,nesta mesma condição. Minha consciência manda repetir, talvez, por não compreender ou aceitar como estes dois oficiais conseguem dormir ou permanecer em silencio carregando este fardo que, se tivessem colocado a mesa, talvez, a condição dos condenados não fosse esta em que se encontram.
Tomei conhecimento do ocorrido em Eldorado pela televisão. Na condição à época de Diretor de Pessoal da PM, na manha imediata ao conhecimento procurei o CMT GERAL CEL LOPES, e, argüi do mesmo qual o motivo dele não haver reunido os coronéis para uma decisão de tal envergadura; perguntei também porque razão não enviou o CHOQUE para atuar no evento. Respondeu que havia recebido determinação para imediata ação, e, que não mandou o CHOQUE para evitar despesas. Perguntei-lhe quem determinou e quem não autorizava a despesa tendo o mesmo silenciado, então lhe disse, ”não sei como conseguiste te permitir correr este risco por economia, e, como não pesa em tua consciência colocar um camarada nesta situação”, ato continuo desci batendo a porta, e, contrariado busquei desabafar o que ouvi junto ao Cel. EDSON, Ajudante Geral à época, a quem relatei todo o ocorrido. O EDSON, por discordar do posicionamento de comando relatou-me que, se encontrava presente no gabinete do comandante no exato momento em que as ordens foram transmitidas pelo Lopes ao Pantoja, e, ouviu o Lopes dizer ao telefone que era para cumprir no horário e com o efetivo que em Marabá o Pantoja possuía, pois não iria mandar o choque, que o Pantoja desse o jeito com o que possuía. Que o Pantoja ainda deve ter contra argumentado,porem, o CMT foi enfático dizendo, Pantoja é ordem, cumpre.
Depois de ouvir este relato do EDSON resolvi em momento oportuno procurar a justiça, entretanto,quando perguntei ao EDSON se o mesmo diria o que me disse em juízo,o mesmo se negou dizendo que inclusive negaria o que me havia dito.
Ao ser nomeado encarregado do IPM o Cel. Vieira procurou-me dizendo que gostaria de ouvir-me pela experiência que seria eu possuidor em feitura de inquéritos em razão de já ter exercido a função de Delegado de Policia, e, ter andado muito em Quartéis do Interior. Acatei seu pedido, e, quando adentrou em meu gabinete da DP passei-lhe as mãos cerca de dez perguntas que deveria fazer ao CMT GERAL. Ao ler disse-me “Porra Walmari,assim o Lopes será indiciado” respondi indiciamento não é condenação deixa ao cargo da justiça. Este IPM chegou a ser devolvido pela Auditoria para o encarregado para novas diligencias. Concomitante a isto, o poder político aprovava sob toque de caixa,medidas legislativas no DF, que redundaram na transferência da analise do feito da Auditoria para a Justiça Comum, movimento este sob forte influencia política e os auspícios de grandes caciques e do Santino, e, o IPM ficou como deixou seu encarregado, finalizando na condenação dos dois oficiais.
Como a qualquer ato público a opinião do cidadão é assegurada pela constituição, sou de opinião que deste IPM resultou: Duas condenações; uma nomeação para CMT GERAL, depois para CH da CASA MILITAR; outra para CH da CASA MILITAR,e,a mais importante de todas para Secretaria Especial de Segurança Publica.
Não culpo a justiça, ela é cega, mas não é surda. Não sei como estes senhores, atores responsáveis por este ato de oficio, ao deixarem de levar a noticia exata e abrangente do que sabiam, ou do que ouviram ao conhecimento de nossa cega justiça(mas não surda) conseguiram assumir aludidos cargos,e, ainda conseguem deitarem-se e dormir com o peso desta condenação, que sacrificou dois camaradas e suas família para o resto de suas vidas.
SERÁ QUE REALMENTE DORMEM?
Belém 23 de abril de 2012.
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