| 29/04/2012 em Congresso em Foco
Nos últimos anos, o senador Demóstenes Torres liderou a oposição e o Democratas no Senado. Dois meses após ter reveladas suas ligações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o senador goiano – agora sem partido – é líder apenas de si mesmo. O outrora concorrido líder oposicionista é hoje a figura mais isolada do Senado. E, para sua desgraça, o único senador que depende do apoio de pelo menos 41 colegas para preservar o mandato, confirmada a tendência do Conselho de Ética de recomendar sua cassação.
Desde a deflagração da Operação Monte Carlo, Demóstenes circula pelo Senado como uma antítese do político que, até outro dia, distribuía denúncias contra o governo, apontava culpados e exigia providências contra a corrupção e desvios éticos. De lá pra cá, baixou sua metralhadora verbaL giratória, fez voto de silêncio e viu o regozijo daqueles de quem, até outro dia, era um implacável algoz.
Se antes sua presença nas rodas de conversa entre colegas – seja da oposição ou do governo – era bem-vinda, quer pelo bom-humor, quer pelo prestígio de que dispunha; agora é vista com constrangimento. Um desconforto que só não é maior que o experimentado por ele próprio, conforme denunciam o olhar perdido e o sorriso envergonhado.
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