CONDENAÇÃO PELO GRITO

domingo, 22 de abril de 2012

Por WALMARI PRATA CARVALHO. CEL PM RR

A coluna Policia & Justiça do Jornal Amazônia em seu tópico Reflexão diz, ”ninguém defende o MajorOliveira e o Coronel Pantoja”. Preciso discordar do responsável pela coluna. Apresentei-mejuntamente com o Cel. RR Serra como testemunhas técnicas voluntarias a depor emdefesa dos acusados. Mesmo na ocasião não tão simpático ao coronel julguei omesmo merecedor de minha defesa. Posteriormente fiz circular nos meios daimprensa um texto intitulado “Monologode Eldorado dos Carajás”; nele mostrava o norte por mim entendido como desustentação de defesa dos acusados, fato apresentado em dialogo ao advogado dosmesmos, o qual infelizmente não foi tomado como diretriz da defesa.
Minha defesa primeira foi, e, continuasendo contra o ato de maior injustiça praticado por uma estrutura jurídica contradois servidores públicos cumpridores de ordens.
Imaginem-se dando ordem unida aum pelotão, em determinado momento lhes é determinado “Direita volver”, e, umdesatento ou desobediente soldado deste pelotão, pelo livre arbítrio resolvecontrariar a ordem e virar à esquerda, nesta ocasião é atropelado e morre dequem será a culpa? Ou ainda, se metade deste pelotão, também pelo livre arbítrioresolvem seguir em frente, e, pisoteiam uma criança causando-lhe a morte, dequem será a culpa?
Respeitando-se as proporçõesexiste uma simetria entre os exemplos, e, o ato de Eldorado. Os oficiaisconduziram sim toda a tropa para o palco de operações, entretanto, as imagenssão claras percebendo-se o descontrole de comando. O Cel. Pantoja perdeu ocomando da tropa, o efetivo passou a agir como células isoladas deixaram de sertropa, o livre arbítrio passou a gerenciar as ações individuais de cada membrodo todo.
O erro do Pantoja foi aceitarcumprir a ordem do CMT GERAL a época sem a tropa especializada (choque), e, em horárionão apropriado. Como conseqüência de tais inobservâncias técnicas, que deveriamter sido observadas primeiramente por seu comandante geral, e, depois pelo próprioculminou em perder o controle de seu efetivo, deixou de ser tropa,e,deixou de ter comandante.

A justiça deveria identificar os autores dos disparos, e, cada um responder pelos atos. Por outro lado sabemosperfeitamente que os oficiais foram protagonistas sim, de um cenário comumenteusado pelos chefes do MST em sua luta política, não que isto seja uma atenuante,mas é um painel que ate os dias de hoje é exercitado.
Quem condenou os oficiais nãoforam as letras das leis,mas,o acatamento ao clamor público,de um público que,hoje provavelmente já nem pensem como pensavam,tudo em decorrência de assemelhadas,e,repetidas condutas de um movimento não tão social.
 

Belém, 21 de abril de 2012.

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