A Amazônia defendida por ela mesma

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Por Ana Maria
Segundo o Mapa de Vegetação do Brasil confeccionado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a reconstituição provável da situação da vegetação existente em 1.500 nos seis grandes biomas brasileiros demonstra que 60% do que é hoje o território do país apresentavam cobertura florestal.
O extrativismo predatório da madeira que deu nome ao continental Estado sul americano, levado a cabo pelos portugueses desde os primeiros anos da colonização, foi o marco inicial da exploração madeireira irracional, destrutiva e fundada numa visão imediatista que se seguiu desde então, cujo legado é bem representado pelos atuais 27,6% de áreas antropizadas (isto é, modificadas pela ação humana) da Terra Brasilis (esse percentual representa a imensidão de 280 milhões de hectares de terras).    
Embora todos os biomas tenham sido explorados com grande alteração de suas características naturais e sem preocupação com o equilíbrio ecológico, a ação antrópica não é homogênea por todo o território brasileiro. Enquanto o cerrado é o mais ameaçado (apenas entre 30% a 40% do bioma ainda está preservado), a Amazônia – bioma de maior extensão - alcançou o limiar do século XXI como o menos antropizado.
A proteção à Amazônia está longe de poder ser atribuída a alguma política estatal ou à conscientização dos particulares, porquanto é conferida pela própria natureza, que premiou a região com uma intrincada rede de rios e igarapés e outros fatores naturais que lhe dificultam o acesso e encarecem as obras de engenharia destinadas a facilitar a retirada de seus produtos florestais. Ainda assim, segundo o Instituto Brasileiro de Florestas, em torno de 16% de sua área já foi devastada, o que equivale a duas vezes e meia o território do estado de São Paulo.

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