Divisão do Pará: o eleitor votará duas vezes. Em uma, decidirá se é favorável a uma nova configuração territorial do Pará com a criação de Tapajós. Em outra, decidirá acerca de Carajás. Há, portanto, três resultados possíveis: paraenses decidem criar Tapajós e nao Carajás; ou só Carajás e não Tapajós; ou ambos.
Para Lucio Flavio Pinto, haveria uma simpatia maior pela causa de Tapajós do que pela de Carajás, "tanto em Belém como nas áreas que remanesceriam da redivisão como paraenses pois essa parte do Pará tem mais afinidades com o Tapajós do que com Carajás. Não só porque nela estão instaladas muitas famílias oriundas do Baixo-Amazonas, que continuam fiéis à bandeira do novo Estado, como porque a causa, defendida há mais de um século, parece mais justa e natural, com fundamento mais forte na posição geográfica de Santarém, que já foi a terceira maior cidade da Amazônia, imprensada a meio caminho entre Belém e Manaus".
Essa circunstância explicaria, diz o amazonista, porque, "de imediato, os defensores do Tapajós anunciaram que não iriam recorrer da decisão do Tribunal Superior Eleitoral de consultar toda a população do Pará e não apenas a que reside nas duas regiões propostas para emancipação".
O "Tapajós é constituído majoritariamente por paraenses de gerações ou imigrantes que se enraizaram na região, enquanto em Carajás a dominância é de imigrantes de outros Estados, sobretudo do vizinho (mas rival) Maranhão, com uma tendência (real ou atribuída) de se apossar de recursos naturais que seriam usurpados do Pará, justamente quando começam a render mais aos nativos", diz Lucio Flávio.
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