Por Ana Maria
A recente divulgação de nosso IDH revela a baixa evolução havida nos últimos anos em relação à distribuição de renda em nosso país. Pessoas excluídas socialmente, vivendo na extrema pobreza são uma realidade que os governantes gostariam de "colocar para debaixo do tapete", mas como se tratam de seres humanos em um número tão expressivo, esse controle torna-se inviável. Mesmo os que não querem acabam enxergando.
Programas sociais de distribuição de renda (o Bolsa-família, por exemplo) são importantes para levar alguma forma de renda aos absolutamente excluídos, mas a dignidade da pessoa humana, em sua extensão, só é atingida quando o (ou a) chefe da família tem uma renda que vem do trabalho ou do emprego. Uma renda (de uma pessoa em condições de trabalhar, isto é, saudável) que provenha de doação do Estado é esmola que, portanto, não conduz ao escapamento sustentável da miséria, muito menos à honra - um dos componentes da dignidade humana.
A preocupação com a melhor distribuição de renda nao pode ser atribuída unicamente ao Estado. As empresas, seu crescimento e lucro, devem ser diretamente responsáveis pelo crescimento social, pelo bem estar das pessoas, mas nao apenas daquelas para quem direcionam sua produção ou serviço, mas para a coletividade em geral. Em suma, as graves distorções sociais determinam que as empresas incorporem em seu comportamento uma postura de responsabilidade social, que deve vir em auxílio a uma ação estatal determinada e determinante na busca de justiça social.
ETHOS (Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em: http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/responsabilidade/etica.asp. Acesso em: 23.out. 2011) afirma que:
Empresas socialmente responsáveis estão melhor preparadas para assegurar a sustentabilidade a longo prazo dos negócios, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial. A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa.
A responsabilidade social da empresa passa, necessariamente, pelo comprometimento com a sustentabilidade ambiental, pela solidariedade para com os pobres e excluídos, pelo engajamento nas questoes sociais da localidade onde ela se instala.
Há que entender que estamos todos irreversivelmente ligados a uma vida de massa, coletiva por excelência, e essa massa é formada por milhoes de pessoas desconsideradas pelo modelo capitalista neoliberal. Há que entender que nosso modelo de sociedade exige que - até por egoísmo - pensemos no desenvolvimento dos demais. Há que entender e levar a sério que sociedade de massa exige uma nova consciência empresarial, a consciência de que a situação de insustentabilidade social levará a uma explosão (violenta) que, dificilmente, o Estado terá condições de controlar.
ETHOS, Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. Disponível em: http://www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/responsabilidade/etica.asp. Acesso em: 23.out. 2011.
SAITO: Michele Toshie. Desafios para a promoção do desenvolvimento econômico e social. Disponível em http://www.academus.pro.br/site/pg.asp?pagina=detalhe_artigo&titulo=Artigos&codigo=2032&cod_categoria=23&nome_categoria=Artigos%20de%202010. Acesso em 23.out.2011
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