A diferença entre o que fomos e o que hoje somos, em Belém do Pará

domingo, 6 de novembro de 2011

Por Ana Maria

E visível e lamentável a diferença entre a classe ilustrada do passado de Belém (que se debruçou sobre o ordenamento urbano para pensar a ocupação do espaço com beleza, sustentabilidade e utilidade) e a classe alta e média que se seguiram e persistem até hoje no comando de uma urbe sem ordenação, totalmente à mercê dos interesses das construtoras de prédios de apartamentos que serão ocupados por essas mesmas classes que nao enxergam a um palmo de seus narizes, que  (parodiando nosso amigo querido Dr. Adélio) "pensam que são as donas do circo quando na verdade são as palhaças". Basta ver os casos do Real Class e do Wing, que revelaram o nível de negligência de TODOS os envolvidos nas construções. 
Padronização? Nao sabemos o que é isso. Nossa única padronização está na Castilho França (do passado, portanto). A falta de verde na periferia, a ausência de fiscalização das obras, a falta de exigência de planos de coleta de lixo para os eventos públicos feitos por particulares, os traçados feios e mesquinhos (vejam a Cidade Nova, com suas ruinhas estreitas, revela sem rodeios que foi traçada por um "urbanista" que pensava bem pequenino e não conseguiu antever que ali iria crescer, prosperar, que as ruas iriam precisar comportar mão dupla, as pessoas prosperariam e iriam querer residir em casas maiores do que aqueles quadrados de poucos metros, etc.), a ausência de lugares públicos para a prática de esporte (os corredores de rua, por exemplo, não têm um único espaço com grama para fazer seus treinos; a única opção é correr no meio dos carros cujos motoristas, por sinal, tem como marca principal a falta de educação no trãnsito e o desrespeito para com os pedestes). 
Em quase um século conseguimos construir, de bom, listadas obras: a Estação das Docas, o Hangar, a Janela para o Rio, o Mangal das Garças. Destas, só uma foi feita pelo governo municipal. Como disse o Lucio Flavio Pinto, as classes alta e média de Belém têm como referência maior o exterior. Aqui, apenas trabalham e ganham dinheiro. Basta ler as colunas socias.

1 comentários:

Anônimo disse...

Está escancarado a nossa decadência e o nosso atraso. O pior, se você reclama da ausência de ordem e planejamento urbano, dependendo dos ouvintes, ou você é petista ou você é elitista!!! A melhor saída para Belém é o aeroporto Valde Cans!

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