A ÁGUA QUE PASSARINHO NÃO BEBEU

domingo, 15 de maio de 2011

Por Walmari Prata de Carvalho

Alimenta a alma do leitor a coluna do sempre probo, culto, e, imortal senador Jarbas Passarinho. Glorioso seria o Estado, se os políticos de hoje seguissem em tempera exemplar senador. Desta vez relembra o mestre o aprendizado adquirido na ECEMEX. Onde a evolução política, academicamente lhe foi repassado como dividida em quatro fases: o carisma, a clientela, os grupos de pressão e a ideologia. Depois historicamente disserta em consonância com o principal apresentando um fechamento que diz: ”Nem os reis podem ir ao paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões pode ir ao inferno sem levar consigo os reis”.
A conclusão é correta se estivéssemos em um país correto de democracia plena, com poderes realmente independentes, mas, infelizmente não estamos. Vivenciamos uma pseudo democracia onde sabemos com antecedência quando serão usados os “rigores das leis” ou “os favores das leis”. Tantos escândalos criminosos impunes, que por serem cometidos por camaradas foram considerados deslizes, equívocos, e, ardilosamente prescrevem ou caem no esquecimento daqueles que por dever de oficio não deveriam deixar esquecer ou prescrever.
O assunto me recorda uma lenda que diz que numa cidadezinha da idade media existia um reino onde o rei era correto e amado por seus súditos. O invejoso bruxo ávido pelo poder colocou um feitiço na única fonte de água existente no reino. Todos ao beberem da água ficavam assemelhados em comportamento ao bruxo. O rei percebeu ao longo do tempo que perdia sua popularidade ao manter-se diferente de seus súditos saciados na fonte. Para não perder a coroa acabou por beber da água da fonte, e, assim viveram felizes para sempre.
Em nosso reino, os poucos que não bebem da água são preteridos, arquivados, perseguidos, para não se transformarem em súditos de um rei saciado, e, poderem sobreviver em corpo necessitam encarcerar suas almas adotando a política dos três macaquinhos.
A republica dos compadres é aviltante e descarada que permite um deputado dizer à nação que defendeu os ilícitos praticados pelo esposo da Senadora Marina, e, permanece incólume. Permite um deputado com telhado de vidro se travestir de paladino da verdade vir em defesa da moralidade corrigir os corruptos da AL do Pará, não pode POTY, só se for por ti, por mim quem corrigi tem que ter isenção, transparência deixando de lado as paixões ideológicas dos compadres.
Meu medo é que os que não bebem da água permaneçam macaquinhos. Sigam o senador digam, somente dizendo poderemos acordar os amigos símios, e, propiciar outra fonte de água pura para os irmãos de pouca acuidade.
Meu velho pai dizia: ”Meu filho cuidado com os políticos, não pense que, partido define ideologia, ao final, você percebera, que seus partidos se agrupam em apenas dois, os que estão comendo, e, os que querem comer”. Em determinado momento, às vezes, imagino que meu pai estava certo. Por viver em sociedade, e, desejar que isto não prospere no meio político, só me resta pedir socorro ao MP  a OAB, e, continuar dizendo.
 Belém, 15 de maio de 2011.

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