Mercado de São Braz: subindo a Magalhaes Barata, experimente pousar seus olhos na estética desse edifício que há 100 anos embeleza o bairro de Sáo Braz

domingo, 22 de maio de 2011

Em 21 de maio de 1911, sob a intendência de Antônio Lemos, o Pará ganhou um importante estabelecimento comercial. O mercado de São Braz, construído no período de glórias da borracha - conhecido como Belle Époque - foi erguido distante do centro histórico da cidade para suprir as demandas de transporte e comercialização de mercadorias na estrada Belém-Bragança. 
Imponente, foi construído com uma cobertura feita de ladrilhos em preto e branco, paredes amarelas com quase um metro de largura e uma calçada extensa.
Obra projetada pelo arquiteto italiano Filinto Santoro, em estilo eclético, possui estrutura construída em ferro, com detalhes escultóricos também em ferro e azulejos art nouveau. 

Na obra foram empregados materiais e mão de obra estrangeiros.
A distância geográfica do núcleo urbano onde se situa boa parte do patrimônio predial de Belém revela a grave e notória diferença quando se trata de preservação do conjunto arquitetônico da capital.
Na época da ditadura os feirantes foram retirados do mercado e levados para uma feira livre na Praça do Operário. Ficaram lá apenas os vendedores de artesanato. Mas depois os feirantes retornaram. 


imagem antiga do mercado de Sao Braz
Geraldo Lisboa Sales, um feirante de 69 anos que está no mercado há 48 anos diz que, na época em que a estrada de ferro passava por aqui e a movimentação de pessoas indo para o interior e vindo de lá era intensa, funcionavam banheiros públicos onde hoje ficam os dois castelos. O prédio do meio era um albergue. Hoje o albergue virou praça de alimentação, cuja limpeza é feita pelos próprios feirantes. 

O que vende lá? 
alimentos, artesanato, pet shops, vestuário, mobília, artigos de umbanda, ervas, CDs e DVDs. 

Serviços
Conserto de ventilador, sapateiros, barbeiros e engraxates.
 

Papudinhos
Embora o Mercado de São Brás fique em um lugar estratégico (cruzamento entre as avenidas Almirante Barroso, Magalhães Barata e José Bonifácio), a falta de maior zelo por parte do poder público e dos proprios consumidores e feirantes, a presença de papudinhos transitando e dormindo por lá acabam afugentando famílias e turistas. 
  
Sugestões para o local se transformar em um ponto aprazível e prestigiado pelos paraenses e turistas 
  • Investimento em segurança e em educação ambiental para os próprios que mantém suas barracas por lá;
  • cuidados com a limpeza e seguraça no túnel
  • melhor divulgação da imensa variedade de produtos e serviços que sao disponibilizados. 
  • o mercado não estaria tão desprestigiado;
  • .conservaçao do prédio - tirar as goteiras, as infiltrações nas paredes, a pintura;
  • melhor iluminação no entorno 
O mau uso do espaço do mercado e as quase inexistentes políticas de conservação são pontuados com muito vigor pela professora e arquiteta Jussara Derenji. Ela considera o uso atual um sub-uso, sendo muito modesto para um prédio de valor arquitetônico e histórico e que, por estas razões, foi tombado. “Ele foi pensado para ser um mercado moderno, no início do século XX, e poderia ser, como em outras cidades, um mercado cuidado e até sofisticado”, opina. 
 
Quem adminsitra
A administração é feita pela Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Economia (Secon)

Patrimonio histórico tombado pelo Município e pelo Estado - mesmo assim, foi descaracterizado

Em 1982 o mercado de Sáo Braz foi tombado pelo Município e pelo Estado, de forma que hoje é patrimônio histórico municipal e estadual. No entanto, depois de pelo menos três grandes reformas, o mercado teve a planta redesenhada e sua estrutura interna acabou sendo descaracterizada. 
Por exemplo:
  • lá dentro existia um teatro que foi desativado para nova reordenação do espaço na década de 1990.
  • o telhado foi praticamente todo alterado, em reformas ineficientes. 
  • a estrutura foi trocada por fibras de cimento e agora é de alumínio com manta asfáltica e compensado, o que piora o calor lá dentro. Com isso, aumentam também as infiltrações. 

Reforma polêmica
A última reforma foi realizada em 2010. Segundo o diretor geral da Secon, Luiz Carlos Silva, a obra foi feita conforme orientações de técnicos do Departamento de Patrimônio Histórico, da Fundação Cultural de Belém (Fumbel). No entanto, muitos afirmam que os dois pares de chifres dos bois que adornam a porta principal do Mercado de São Brás receberam tintas pretas inadequadas. “Eles continuam pintados, mas a cor original é a cor de chifre de boi”, admite o diretor geral.

O engenheiro FILINTO SANTORO
Filinto Santoro, engenheiro italiano, foi também cônsul da Itália no Pará, onde permaneceu de 1900 a 1912. Trabalhou no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Amazonas e Bahia fazendo residências da burguesia e da elite política. Foi também jornalista e dedicou especial atenção à educação de italianos no Brasil.

Outras obras em Belém: o Colégio Gentil Bitencourt, o Palacete Montenegro, hoje Museu da UFPA, a sede do jornal “A Província do Pará”, hoje o colégio estadual IEP, além de várias casas na rua Joaquim Nabuco, na avenida Nazaré e na Governador José Malcher. Fez projeto para um palácio de governo municipal que seria construído na Presidente Vargas.


Adaptado por Ana Maria de Redação ANN e Diário do Pará em 22/05/2011

1 comentários:

Anônimo disse...

muito legal bem explicado

Postar um comentário

 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB