Registros históricos de 10 mil anos de ocupação humana na Amazônia serão destruídos de forma indiscriminada. As cavernas serão demolidas sem terem sequer sido pesquisadas. Arqueólogos contratados pela própria Vale qualificaram as cavernas como de “relevância máxima” e desautorizaram a entrada das escavadeiras.
Contrariando pareceres de arqueólogos, espeleólogos e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o governo federal deu licença prévia para um investimento de 20 bilhões de dólares em mineração de ferro, na vertente Sul da Serra de Carajás, no coração da Amazônia.
Milhares de cavernas serão destruídas. Não há como preservá-las, pois a extração do minério é feita a partir da demolição do terreno. Nada ficará de pé, inclusive as cavernas, que guardam relíquias que datam de 10 mil anos atrás.
Pesquisas feitas nos últimos anos por espeleólogos e arqueólogos, contratados pela própria Vale, recomendaram a preservação dos locais, considerados por eles como de “relevância máxima”.
Parecer técnico do ICMBio, recomendando a preservação do local, sequer foi considerado pelo governo federal, que deu a licença ambiental prévia por intermédio do Ibama.
A negociação com o alto escalão do governo foi feita pelo próprio presidente da Vale, Murilo Ferreira. Após a emissão da licença ambiental prévia, Ferreira visitou a presidente Dilma Rousseff e fez uma exposição sobre os planos da mineradora para a região. A reunião aconteceu na quarta 27, no Palácio do Planalto.
Registros históricos de 10 mil anos de ocupação humana na Amazônia serão destruídos de forma indiscriminada.
Entre a preservação do patrimônio histórico e o aporte de 20 bilhões de dólares para dobrar a produção na Serra dos Carajás, ficamos com a segunda opção.
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