Teatro da Paz - 134 anos de beleza e história

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Theatro da Paz, em Belém do Pará, figura entre os teatros de ópera de estilo neoclássico mais importantes do Brasil. Inspirado no alla Scala de Milão, é contemporâneo do São Pedro, de Porto Alegre (RS), do Arthur Azevedo, de São Luís (MA), e do Santa Isabel, de Recife (PE) – todos construídos no século 19.

Sua inauguração ocorreu em 15 de fevereiro de 1878, um grande acontecimento na capital paraense. 

Com 134 anos, o teatro já passou por inúmeras obras de reforma e restauro – a mais recente, em 2011.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), ele faz parte do roteiro turístico obrigatório dos visitantes de Belém.

A ideia de construir um teatro de ópera em Belém data do final do século 18, quando a cidade tornou-se a sede do Estado do Grão-Pará, sob o domínio de Portugal. Mas foi apenas um século depois que o governo da Província do Pará edificou o teatro público, beneficiado pela exportação do látex da região, um dos principais produtos da balança comercial do império.

O projeto original foi assinado pelo engenheiro militar pernambucano José Tibúrcio Pereira de Magalhães e modificado pelo engenheiro paraense Antônio Augusto Calandrini de Chermont. A obra, iniciada em 1869, foi marcada por denúncias de fraudes, erros construtivos e um processo litigioso, que adiaram a abertura em quatro anos.

Em 1887 foram acrescidas as pinturas decorativas da sala de espetáculos, executadas pelos pintores italianos Domenico de Angelis e Giovanni Capranesi, e pelo pernambucano Crispim do Amaral. Em 1904, uma reforma radical deu ao Teatro da Paz as características que possui hoje, com a demolição de sua fachada e o recuo da colunata original. Foram realizadas alterações na sala de espetáculos e inserida a decoração requintada de inspiração francesa.

Artistas e companhias nacionais e estrangeiros se apresentaram no palco do teatro. Mas o colapso na exportação do látex, a partir de 1912, reduziu suas atividades. Inúmeras vezes, o local esteve em situação de abandono, até passar por uma reforma na década de 1960, quando seu diretor era o legendário compositor Waldemar Henrique (1905-1995), que, coincidentemente, faz aniversário no mesmo dia do teatro, 15 de fevereiro.

A reabertura em 1978, ano do centenário de fundação, marcou o retorno da pauta anual. A partir da década de 1980, a ópera voltou à cena, reavivando a tradição do canto lírico em Belém. Há dez anos, a Secretaria de Estado de Cultura realiza o Festival de Ópera do Theatro da Paz, que, em 2011, envolveu 350 profissionais e atraiu um público de quase 10 mil pessoas. Outros destaques são os concertos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP) e o tradicional Festival Internacional de Música do Pará, promovido pela Fundação Carlos Gomes. Hoje, o Teatro da Paz é palco da própria história da Amazônia.

Temporada 2012
Na celebração dos 134 anos do Teatro da Paz e dos 107 anos de nascimento de Waldemar Henrique haverá um concerto com peças do compositor interpretadas pelas sopranos Carmen Monarcha e Patrícia Oliveira, tendo Ana Maria Adade ao piano. A partir de março, a OSTP, comemorando 15 anos de criação, vai executar o ciclo integral dos concertos para piano e orquestra de Ludwig van Beethoven, entre outras obras do compositor alemão.

Serviço
Praça da República, Rua da Paz, s/nº – Centro – CEP: 66.017-210. Telefones: (91) 4009-8750, 4009-8754, 4009-8758 e 4009-8759
theatrodapaz@supridados.com.br
bilheteriatp@supridados.com.br

Livro “Histórias Invisíveis do Teatro da Paz”, de Rose Silveira (Editora Paka-Tatu, 2010). Onde encontrar: Loja do Teatro da Paz, Editora Paka-Tatu, Livraria Cultura, Livraria da Comunidade (PUC-SP) e Sala São Paulo.


Fonte: (http://bernadetebotefe.blogspot.com/)um

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