Seminário “Conexões Sustentáveis São Paulo – Amazônia” que ocorrerá amanhã (23.02) lança o segundo estudo “Quem se beneficia com a destruição da floresta”.
A investigação traz exemplos de atores que produzem gado de corte, soja e madeira envolvidos com o desmatamento ilegal e o trabalho escravo que se conectam a outros, indústrias ou tradings, até chegar a varejistas que operam na capital paulista. Dessa forma, grandes empresas baseadas em São Paulo, e seus clientes, acabam financiando, mesmo sem saber, cadeias produtivas insustentáveis.
O objetivo principal da investigação é alertar as empresas e os consumidores sobre a importância de adotar modelos de negócios que não financiem a exploração predatória dos recursos naturais, a degradação de trabalhadores ou que cause danos às populações tradicionais.
Alerta
É possível produzir na Amazônia sem devastá-la. É possível obter alimentos e móveis de forma sustentável, com respeito ao meio e às comunidades que dele dependem.
Povos indígenas, comunidades tradicionais e pequenos agricultores estão no topo da lista dos que saem perdendo. No entanto, essa relação é ainda mais longa, uma vez que não só o Brasil, mas o planeta inteiro é afetado pela exploração inconseqüente dos recursos naturais, já que a floresta em pé é decisiva para a manutenção da qualidade de vida de milhões de pessoas. Entre outras funções vitais, ela regula o regime de chuvas e a temperatura média de uma extensa área do globo.
Responsabilidade social empresarial: deve ser exercida em sua plenitude e não apenas em ações de marketing social ou de filantropia.
Educaçao do consumidor: nao se deve comprar, sob nenhuma condição, produtos que tenham crimes ambientais e trabalhistas em sua cadeia de produção.
Controle governamental: o governo precisa tornar eficiente sua capacidade de fiscalização, educação e repressão às ações criminosas.
Poder Judiciário: deve se agilizar e fazer o que for necessário para evitar que um processo por destruição ambiental ou por trabalho escravo se arraste por anos.
Agentes financiadores, públicos e privados: não podem mais injetar recursos em processos predatórios, seja através de compras públicas ou de financiamento à produção.
Ato da compra: deve-se compreender que se trata de um ato político poderoso. Através dele damos um voto de confiança para a forma pela qual determinada mercadoria é produzida. É um exercício democrático que não é exercido apenas a cada quatro anos, mas no nosso dia-a-dia e que pode ditar o destino da maior floresta tropical do mundo e de sua gente.
Cabe a cabe a cada um de nós decidir o futuro da Amazônia.
Exemplo de caso: A madeira duvidosa dos prédios de luxo
O problema: Um prédio de luxo da capital paulista – que tem a Tecnisa e a Stuhlberger como investidoras e a SKR como construtora responsável pela obra – utilizou madeira comercializada pela Sulmap. A empresa está envolvida em diversos ilícitos ambientais e sociais, como uso de planos de manejo irregulares e exploração ilegal de toras em terra indígena.
Fonte: http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/02/22/como-o-seu-consumo-afeta-a-maior-floresta-do-mundo/
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