Oriente Médio: repressão a protestos deixa 10 mortos em 24 horas. Correspondente estrangeiro da ABC que cobria o evento foi espancado

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

DUBAI (AFP) - A violenta repressão aos protestos que se propagam contra os longevos sistemas autoritários do Oriente Médio já deixaram pelo menos quatro mortos no Bahrein, quatro na Líbia e dois no Iêmen desde quarta-feira.
 Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/110217/mundooriente_m__dio_pol__tica_manifesta____es_viol__ncia_mu__ulmanos

As rebeliões, que nos últimos dois meses derrubaram os presidentes da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, e do Egito, Hosni Mubarak, estimularam as reivindicações nesta região do mundo, que sofre com a falta de democracia, a corrupção endêmica, o nepotismo e regimes incapazes de se renovarem.
No Bahrein, quatro pessoas foram mortas na madrugada desta quinta-feira durante uma investida das forças de segurança contra manifestantes que tentavam passar a segunda noite consecutiva na Praça da Pérola, em Manama.


Além disso, o correspondente estrangeiro Miguel Marquez, da rede americana ABC, foi espancado por homens armados com cassetetes nesta quinta-feira, quando cobria as manifestações no Bahrein, informou a emissora.Marquez foi surpreendido em meio à multidão que protestava na capital Manama, segundo a ABC.


                                                        No Iêmen, 12 pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em Sanaa, 
                                                        no quinto dia consecutivo de protestos Foto:Ahmad Gharabli/AFP

Na manhã desta quinta, o Exército mobilizou dezenas de tanques, que foram posicionados ao longo de uma avenida próxima à praça, onde se concentram os manifestantes.
O bloco xiita no Parlamento do Bahrein, que tem 18 deputados sobre um total de 40, pretende abandonar a Assembleia, informou nesta quinta-feira à AFP um deputado do movimento xiita Al-Wefaq.
O movimento Al-Wefaq suspendeu na terça-feira a participação na Assembleia, em reação à morte de dois manifestantes durante a repressão dos protestos antigovernamentais neste pequeno reino do Golfo, onde a população é de maioria xiita.
Ao todo, seis pessoas já morreram desde segunda-feira neste pequeno reino do Golfo de maioria xiita, governado pela dinastia sunita dos Al Khalifa.
O movimento de protesto, lançado por internautas e convocado através do Facebook, exige reformas políticas e sociais, a exemplo do que aconteceu na Tunísia e no Egito.
O apelo foi amplamente atendido pelos xiitas, que se consideram vítimas de discriminação no mercado de trabalho e no acesso aos serviços públicos. Líderes da oposição exigem do rei Hamad ben Isa al Khalifa, que subiu ao trono em 1999, a instauração de uma monarquia constitucional.

Na Líbia, governada há quase 42 anos com mão de ferro pelo coronel Muamar Kadhafi, pelo menos quatro pessoas perderam a vida na quarta-feira, vítimas dos confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes, que protestam contra o regime em Al Baida, no leste, segundo sites da oposição e ONGs líbias com base no exterior.

No Facebook, multiplicam-se convocações para transformar esta quinta-feira em um "Dia da Ira" contra o regime de Kadhafi.

As manifestações começaram na madrugada de terça-feira em Benghazi (1.000 km a leste de Trípoli), sendo violentamente reprimidas pelas forças de segurança, que deixaram 38 feridos.

No Iêmen, na Península Arábica, aliado chave dos Estados Unidos no combate à rede islãmica Al-Qaeda, 12 pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em Sanaa, no quinto dia consecutivo de protestos, marcados pelos confrontos entre os manifestantes e defensores do presidente Ali Abdallah Saleh, no poder desde 1978.
Os cerca de 2.000 manifestantes, a maioria estudantes, foram atacados ao deixar o campus da Universidade de Sanaa por partidários do Congresso Popular Geral (CPG), armados com paus e pedras.
Na quarta-feira, os enfrentamentos entre as forças de segurança e os manifestantes deixaram dois mortos e dois feridos em Aden, no sul do país.

Os Estados Unidos lançaram um apelo aos países da região, com uma menção especial à Líbia, pedindo que proporcionem uma resposta positiva às demandas de seus povos.

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