Ministério Público Federal e Executivo vão atuar para evitar interpretações equivocadas na aplicação da lei.
Segundo o Ministério Público Federal, a lei Maria da Penha Maia, tem sido interpretada de forma equivocada, inviabilizando seu cumprimento. Para reverter esse cenário, MPF e Executivo assinam nesta semana protocolo de cooperação para aperfeiçoar sua aplicação.
"Dados reunidos pela Secretaria de Políticas para as Mulheres e pelas promotorias públicas especializadas, mostram que não houve diminuição da violência contra a mulher após a Lei Maria da Penha. Ou seja, a ausência de punição tem estimulado a prática da violência", afirma Raquel Dodge, subprocuradora-geral da República.
Duas polêmicas foram analisadas no último ano pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), o que vem influenciando e prevalecendo nas decisões das cortes estaduais:
- A necessidade de a vítima manifestar a vontade de processar o agressor e ainda confirmar na frente do juiz.
- A possibilidade de suspender o processo do agressor por um prazo, ao final do qual ele pode não ser condenado.
MPF, Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Advocacia-Geral da União: a lei diz exatamente o contrário do que está expresso nesses três pontos seguidos país afora.
As agressões devem ser alvo de processos independentemente da vontade da vítima e que é desnecessário que ela confirme a representação na frente do juiz.
Feministas, governo e MPF criticam ainda as suspensões de processo quando o agressor cumpre determinadas condições. Dizem que o benefício é vedado pela lei. O STJ e a maioria dos promotores defendem a medida como solução de conflitos.
A expectativa é que os pontos sejam revertidos pelo STF. Uma ação direta de inconstitucionalidade pede aos ministros que definam a interpretação da lei. (Folha de S. Paulo)
Extraído de: Associação do Ministério Público de Minas Gerais - 14 de Março de 2011
Meu comentário: leia a minha postagem
0 comentários:
Postar um comentário