Onibus espacial Atlantis pousa em Cabo Canaveral. Fim da exploração do espaço pela Nasa

domingo, 24 de julho de 2011

Pouco antes de o Sol nascer na Flórida, o Atlantis fez um pouso tranquilo em Cabo Canaveral, pondo fim à etapa mais longa e tempestuosa da exploração tripulada do espaço pela Nasa.

A nave, comandada por Chris Ferguson e tripulada por Rex Walheim, Sandy Magnus e Doug Hurley, chegou às 6h56 (horário de Brasília), exatamente o horário previsto desde que o pouso tinha sido acertado para a última quinta-feira (21). No dia anterior, 20 de julho, comemorou-se os 42 anos da primeira ida do homem à Lua.
Milhares de pessoas se reuniram em Cabo Canaveral para assistir ao pouso. 

A Nasa TV transmitiu toda a jornada ao vivo pela internet.
Foi o fim do voo de número 33 da nave.

APOSENTADORIA

A nave agora irá para o museu do Complexo de Visitantes do Centro Espacial Kennedy, perto da própria pista de pouso. Destino parecido terão os demais ônibus espaciais sobreviventes da frota original. O Discovery irá para a Instituição Smithsonian em Chantilly, na Virgínia, enquanto o Endeavour terá como novo lar o Centro de Ciência da Califórnia, em Los Angeles.

Os EUA ficam agora sem acesso próprio ao espaço até, no mínimo, a metade desta década, quando naves construídas pela iniciativa privada deverão entrar em operação. Por enquanto, astronautas americanos precisarão de caronas nas naves russas Soyuz para acessar a órbita baixa da Terra e participar da tripulação da ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).

Duas mil pessoas serão demitidas da Nasa

O Atlantis deixou a ISS na última terça-feira (19), após reabastecê-la com suprimentos suficientes para um ano. A estação, aliás, é um dos maiores feitos do programa espacial. Para erguer a estrutura de 450 mil quilos, foram necessários 12 anos e meio, ou 37 voos dos ônibus.

A Nasa já planeja como, a partir de agora, fará o transporte de cargas e astronautas para o espaço. Os próximos veículos serão construídos em parceria com empresas privadas e o primeiro que levará objetos será lançado ainda este ano. Já a ida de astronautas precisará esperar entre três e cinco anos.

O fim do programa espacial provocará o maior corte de empregos da história da Nasa. Só no Centro Espacial Kennedy, duas mil pessoas devem ser demitidas.

A HISTÓRIA DOS ÔNIBUS ESPACIAIS
Desenvolvido para levar os astronautas da Nasa para o espaço de forma mais barata, o Sistema de Transporte Espacial (STS) teve início da década de 1970 com a construção da nave Enterprise, utilizada principalmente para testes.

Com a produção de ônibus espaciais, o governo americano poderia reutilizar as naves, baixando o custo das missões. Durante os 30 anos do programa, que teve investimento de US$ 114 bilhões, a Nasa teve cinco ônibus espaciais: Columbia, Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour.

A utilização desses veículos ajudou a Nasa a desenvolver diversos experimentos no espaço e, mais importante, foi essencial na construção da Estação Espacial Internacional, projeto que envolveu 16 países e teve o investimento de bilhões de dólares.

CONFUSÕES

O programa do ônibus espacial tem duas tragédias no currículo: as explosões da Challenger, em 1986, pouco depois de decolar, e do Columbia, em 2003, pouco antes de chegar à Terra.

Ambas deixaram claro que, apesar da elegância aerodinâmica, o ônibus espacial era uma máquina excessivamente complexa, com fragilidades estruturais (como os escudos térmicos formados por grande número de blocos de cerâmica) que podiam deixar os astronautas na mão a qualquer momento.

Com isso, cada vez mais a praticidade foi sendo descartada em nome da segurança, e a nave nunca cumpriu a promessa de transformar as idas à órbita baixa da Terra em algo rotineiro.



Com base no texto disponível em
http://www.agencianortedenoticias.com.br/??=noticias&id=6812

0 comentários:

Postar um comentário

 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB