Marajó: naufrágio do“Correio do Arari” completou 23 anos. População de Cachoeira não esquece a tragédia

domingo, 17 de julho de 2011

Há 23 anos (completados na última sexta-feira, 15) ocorreu a tragédia marítima que matou 58 pessoas, entre passageiros e tripulantes do barco a motor “Correio do Arari”, ainda hoje sentida pelos cerca de 20 mil habitantes de Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó. 
 
O fato
Na noite de 15 de julho de 1988, o barco “Correio do Arari”, pertencente à prefeitura de Cachoeira do Arari, que tinha capacidade para transportar 60 pessoas, saiu da Feira do Açaí, em Belém. No entanto, uma grave imprudência assinalava que a viagem nao chegaria ao seu destino, Cachoeira: além de levar o dobro de sua capacidade de passageiros, isto é, 120 pessoas, ainda colocaram nos poroes da embarcação um grande volume de carga considerada imprópria para um barco de passageiros. Ao alcançar a área conhecida como “Cemitério dos navios”, próxima à Ilha das Onças, na Baía do Guajará, a embarcação nao resistiu ao excesso e naufragou. Na tragédia, 58 vidas pereceram - muitas de uma mesma família.  
O naufrágio aconteceu às 23h e o resgate das primeiras vítimas começou em seguida. Pelo menos 25 pessoas foram salvas por ribeirinhos.


O processo: 
Segundo inquérito marítimo que tramitou por anos na justiça comum em Barcarena e no Tribunal Marítimo do Rio de Janeiro, a embarcação navegava fora do canal exigido pelas cartas de navegação, com as luzes apagadas, em alta velocidade e com excesso de passageiros.

Testemunhas ouvidas durante a instrução processual afirmaram que o comandante do “Correio do Arari” foi avisado do perigo através de sinais luminosos por barcos que navegavam na região da Ilha das Onças, mas continuou até bater em carcaças de navios fundeados no local, naufragando em dez minutos.

Depois de adormecer nas prateleiras dos tribunais por anos tentando se apurar as responsabilidades do acidente, em 2004 a Justiça determinou o pagamento de indenização de quase R$ 700 mil às famílias de apenas duas vítimas - Raimundo Ferreira Campos e Marco Antônio Paraense do Espírito Santo.

No despacho, a alegação é de que o barco pertencia à administração municipal e houve negligência por parte do comandante da embarcação, que também morreu no naufrágio.

SEM OPÇÃO
À época do naufrágio do “Correio do Arari”, a dificuldade de transporte para o Marajó era muito grande. A rodovia PA-154 era apenas um projeto e nao existiam os serviços de ferryboats. O único meio de transporte eram as embarcações vinculadas às prefeituras.

 


RIOS PERIGOSOS
O Rio Amazonas e a baía do Guajará são perigosos. Dversos acidentes com embarcações, a exemplo do “Correio do Arari”, já ocorreram em diversos trechos da baía e do rio.

Acidentes:
  • No final de 2007, uma embarcação com cerca de 40 pessoas, inclusive passageiros em cima do barco, que seguia de Belém com o corpo de uma mulher para ser enterrado no Marajó, naufragou na Baía do Guajará e vitimou cinco outras pessoas da mesma família. 
  • Em 2002, o barco “Dom Luiz XV” afundou na baía do Capim, em Barcarena, e provocou a morte de 55 pessoas. Muitos corpos nao foram resgatados; desapareceram nas águas da baía. 
  • Em 1981, o naufrágio do barco Sobral Santos contabilizou aproximadamente 300 óbitos; 
  • Ainda na década de 80, o barco Novo Amapá virou e fez mais de 350 vítimas, sendo considerado o maior acidente fluvial com vítimas na Amazônia. 

Fonte: Redação ANN, Diário do Pará e JC Notícias em 17/07/2011

7 comentários:

luiz carlos disse...

esses nalfragios não podem ser esquecidos para que outros não acontesam tenho visto barcos ou navios que viajam pra santarem sairem super lotados de cargas e passageiros um absurdo e parace que ninguêm faz nada

Anônimo disse...

Nao esquecendo do barco ares da costa que naufragou no baia do guajará vindo de sao sebastiao da boa vista que fez varias vitimas

Anônimo disse...

E agora esse terrivel acidente ocorre novamente nas prossimidades d cachoeira do arari.

Anônimo disse...

Em 1988 estudávamos no Colégio Cearense localizando da Governador José Malcher. Cursávamos o 1º ano do 2º grau. Ao final do mês de junho entramos em férias e quando do retorno às aulas no início do mês de agosto ficamos sabendo que uma colega nossa de sala havia falecida no terrível naufrágio do Correio do Arari. Ela sempre sentava na primeira fila em uma cadeira específica em frente à minha. Uma moça muito tranquila. Andava sempre com uma amiga, também da sala. Quando cheguei à sala, no primeiro dia de aula do mês de agosto, havia uma rosa sobre a cadeira que ela sentava como símbolo de sua ausência física. Foi uma cena que me marcou bastante. O quanto somos frágeis. O nome dela era Rute ou Ruth.

Unknown disse...

Foi muito triste esse acidente com esse barco correio do Arari em 15/07/1988 alguém tem a listas com os nomes das pessoas q morreram nesse naufrágio eu preciso q alguém envie pra mim pelo meu zap (91)99602-0256 eu preciso desses nomes se alguém tiver me envie por favor.Obrigado

Unknown disse...

Foi muito triste esse acidente com esse barco correio do Arari em 15/07/1988 alguém tem a listas com os nomes das pessoas q morreram nesse naufrágio eu preciso q alguém envie pra mim pelo meu zap (91)99602-0256 eu preciso desses nomes se alguém tiver me envie por favor.Obrigado

Daniele Nogueira disse...

Olá, gostei muito da sua postagem, inclusive a citei em um post do Blog Belém Époque, onde relembrei este triste episódio

http://belemepoque.blogspot.com.br/2017/09/naufragio-correio-do-arari.html

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