Ferrari causa dano inestimável às muralhas da China

terça-feira, 22 de maio de 2012

As marcas de pneus deixadas por um modelo da Ferrari em evento promocional nas muralhas históricas da cidade de Nanjing (leste da China, a 1.000 quilômetros da capital Pequim), na última segunda-feira (7), provocaram a fúria da comunidade local e obrigaram a fabricante italiana (que faz parte do Grupo Fiat) a pedir desculpas formalmente e, claro, limpar o estrago.

Uma unidade do modelo 458 Italia, que tem 570 cavalos de potência e no Brasil custa inicialmente R$ 1,5 milhão, foi alçada à parte superior da muralha por uma grua e fez várias manobras no local, deixando marcas de pneus sobre o calçamento de pedras. As imagens foram registradas por equipes locais de televisão e veiculadas na internet. Após a sessão de "zerinhos" e de muita borracha queimada, agentes de limpeza tentaram, em vão, limpar as marcas de pneus deixadas.

VEJA EM JANELA MAIOR E COMENTE
    A Ferrari pediu desculpas em um comunicado oficial, no qual afirma que respeita a cultura chinesa e diz que tentará resolver os problemas criados por sua distribuidora local, a Kuaiyi Automobile. O evento na Muralha da China celebrava os 20 anos de entrada da marca no mercado local e custou 80 mil yuans (cerca de R$ 25 mil).
O município de Nanjing repreendeu os organizadores do evento, alegando que este não havia sido autorizado. O incidente destacou ainda o crescente ressentimento de chineses contra o luxo às vezes ostentoso ligado à marca esportiva. "Não podemos tolerar que a Ferrari utilize a antiga porta da cidade para um espetáculo e a danifique. Se não respeita a cidade, não merece ficar aqui", escreveu um morador de Nanjing em um microblog.

O local que recebeu o evento fica próxima à área chamada de Porta da China, utilizada nas cerimônias do período imperial, que data da dinastia Ming (1368-1644). Até então, era um dos setores mais bem preservados da cidade.

Apesar do pedido de desculpas e da tentativa de limpeza, há ainda o temor de que a ação tenha causado danos estruturais mais sérios ao patrimônio histórico-cultural. Um especialista ouvido pela agência oficial Xinhua afirmou que o "dano estrutural é, talvez, invisível no momento, mas é muito real". (Com informações da agência AFP e da NTV7)



Fonte: http://www.conar.org.br/

0 comentários:

Postar um comentário

 

Posts Comments

©2006-2010 ·TNB