FOTO: CONGRESSO EM FOCO |
O corpo do militante já havia sido torturado e Guerra tinha ordem para escondê-lo. Levou a uma mata perto da capital mineira. “O corpo não podia aparecer. Aí, dei um tiro de misericórdia, porque ele estava morrendo mesmo”, afirmou o hoje pastor evangélico Cláudio Guerra, de 72 anos. As imagens foram ao ar na tarde de domingo (27).
Em outros vídeos, publicados na sexta-feira (25), Omene Vera Martins, sobrinho do militante comunista desaparecido, apela às autoridades de direitos humanos e à Polícia Federal que recuperem os restos mortais de Nestor Vera para que ele tenha um enterro. Em resposta, o ex-delegado Cláudio Guerra se dispõe a ajudar nas buscas. “Eu tenho muita esperança em achar este corpo porque fui eu que fiz”.
“Muito quebrado”
Era abril de 1975. De acordo com o relato de Claudio Guerra a Marcello Netto e Rogério Medeiros, o líder do PCB tinha sido torturado na Delegacia de Roubos e Furtos de Belo Horizonte. “O cara tava muito quebrado. O braço tinha fratura exposta”, contou. A ordem recebida era que o corpo tinha que desaparecer. Por isso, Guerra e mais dois agentes da repressão levaram o corpo para uma mata a 30 minutos de Belo Horizonte, no caminho para Itabira.
De acordo com Guerra, outros perseguidos políticos foram assassinados nessa mesma região. Ali, o ex-delegado deu um tiro na cabeça de Vera. O corpo do militante rolou para um vale próximo.
Marcelo Netto disse ao Congresso em Foco que o depoimento em vídeo de Guerra foi feito este ano, com a escolta de policiais federais.
FONTE: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/ex-agente-da-ditadura-mostra-onde-matou-torturado/
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