Ocupado canteiro de obras da usina de Belo Monte

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Foto: exame.com
O canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira (PA), está ocupado por mais de 600 indígenas, pescadores, ribeirinhos e populações ameaçadas pelos impactos sociais e ambientais do grande empreendimento. A ocupação começou na madrugada desta quinta-feira (27).
 
O movimento ocupou e interditou a Rodovia Transamazônica (BR-230), a partir de trecho em frente ao canteiro, na altura da Vila de Santo Antônio. Só passam veículos que estão transportando pessoas enfermas. 
 
Em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira, o movimento definiu como principal reivindicação que o governo federal envie autoridades para negociar com os as populações tradicionais o fim das obras de Belo Monte.
 
O movimento também decidiu que:
  • o acampamento no canteiro de obras será permanente 
  • convocar outras entidades e movimentos a cerrarem fileiras nessa luta
Todo o processo de ocupação ocorreu de forma pacífica e é fruto das discussões entre os povos tradicionais durante o seminário “Territórios, ambiente e desenvolvimento na Amazônia: a luta contra os grandes projetos hidrelétricos na bacia do Xingu”.
 
Com o encontro, se pretendia analisar a conjuntura em torno de Belo Monte e discutir respostas às situações de risco e impactos geradas pela usina. As mesas de debate foram suspensas em vista da ação de ocupação do canteiro de obras.
 
São 21 povos indígenas envolvidos na mobilização. 
Davi Gavião - “Sou filho de quem foi impactado por uma usina. Faz 35 anos que nosso povo foi retirado da sua área e até agora estamos lutando por uma indenização.
 
Raimundo Braga Nunes, pescador: “Tenho certeza que depois de Belo Monte vou ser obrigado a mudar de trabalho, porque peixe não vai ter. Vai morrer, ou vai migrar. Eu não me calo, estou pronto para brigar, preparado. Convido nossos amigos indígenas para somar forças para proteger nosso rio. O Xingu é nosso pai e mãe”.




Fonte: http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/justica-obriga-indios-a-desocuparem-obras-da-belo-monte--2

3 comentários:

Anônimo disse...

A Norte Energia, empresa que constrói a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, divulgou nota na tarde desta quinta-feira (27) anunciando que a Justiça expediu liminar determinando a desocupação imediata do canteiro de obras.

Anônimo disse...

A empresa Norte Energia diz que "preza pelo constante diálogo" com as comunidades localizadas, e que estranha a postura dos manifestantes. "Causa estranheza que o grupo de manifestantes, em sua maioria arrebanhados em outras regiões, liderado por pessoas movidas por interesses alheios aos nacionais, tenha ocupado uma área privada, resultando em desnecessária conturbação da ordem pública, constrangimento e intimidação aos trabalhadores".

A ordem para desocupar os canteiros de obras foi expedida pela juíza Cristina Collyer Damásio, da 4ª Vara da Comarca de Altamira, proibindo "quaisquer atos de turbação ou esbulho que comprometam o andamento da obra".

Anônimo disse...

Respondendo ao chamado global para realizar ocupações neste 15 de outubro em locais públicos, manifestantes contra a usina hidrelétrica de Belo Monte acamparam no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, em vigília.

Isso porque na próxima segunda-feira (17) o Tribunal Regional Federal (TRF-1) julgará a primeira de 12 Ações Civis Públicas (ACPs) do Ministério Público Federal contra Belo Monte. Os manifestantes demandam decisão positiva em relação à Ação e o julgamento das outras 11 ACPs (leia mais).

A ocupação em São Paulo acontece simultânea a mais de 300 cidades pelo mundo. Em Belém e em Altamira (PA) também ocorrem manifestações. Em Belém, há um acampamento montado desde o sábado. E em Altamira o protesto ocorrerá na segunda-feira em frente ao TRF-1

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