Prezados leitores e queridas leitoras do meu humilde e despretencioso blog,
Resolvi criar este blog em janeiro do ano em curso com a finalidade de comentar notícias sobre ambientalismo, democracia, liberdade, cultura, direito, justiça e sociedade porque sentia grande vontade de socializar algumas coisas que pensava. Eu tinha um único interlocutar - um grande amigo - que me ouvia e também comentava os acontecimentos sociais, políticos e ambientais de nosso estado, país e mundo. Então veio a ideia de passar a publicar em blog algumas noticias atinentes às citadas áreas.
Pedi e meu filho imediatamente criou o blog da ana maria atendendo as minhas recomendações: sem propagandas, verde água, limpo, sem poluição visual.
Algumas postagens sao escritas por mim, outras sao notícias que garimpo em diversas fontes. Nestas, faço comentários quando necessário.
Pedi e meu filho imediatamente criou o blog da ana maria atendendo as minhas recomendações: sem propagandas, verde água, limpo, sem poluição visual.
Algumas postagens sao escritas por mim, outras sao notícias que garimpo em diversas fontes. Nestas, faço comentários quando necessário.
Qual a minha surpresa ao verificar que muitas pessoas se interessavam por ler minhas publicações: o blog da ana maria chegará ao final do ano com quase 60.000 visitas. Hoje, enquanto escrevo esta mensagem, contabilizo 57.555 mil visitas. Isso me incentiva a continuar. Pretendo, no ano que vem, tecer mais comentários de interesse social pois percebo que as postagens mais acessadas sao as que comento a notícia e as que que eu mesma escrevo.
Hoje, queria deixar uma mensagem bonita para todos, escrita por mim. Mas me lembrei da mensagem do ano passado que li no blog do Wolgrand (do meu polêmico amigo Major Wolgrand) e nela está escrito o que eu gostaria de dizer. Entao pedi ao filósofo Wol que me mandasse o artigo e autorizasse a publicação.
Eis, portanto, a mensagem especial, de autoria do major Wolgrand, para minhas queridas e meus queridos leitores.
Com um abraço,
Com um abraço,
da Ana Maria
Feliz ano novo! (ou "Uma andorinha não faz verão")
A felicidade do pobre pareceA grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei, ou de pirata, ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira.
Tristeza não tem fim
Felicidade sim...
(Felicidade – Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
(Felicidade – Tom Jobim e Vinícius de Moraes)
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Sempre que começa um novo ano os meios de comunicação nos abarrotam com pesquisas de todo tipo. A estatística é algo que nos fascina. A Ciência Moderna provou que é possível pensar a realidade em termos matemáticos. Por isso não resistimos a uma tabela ou gráfico que nos “revele” com precisão como as coisas acontecem.
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Numa dessas, li no jornal “O liberal”, de 03 de janeiro deste ano, o resultado de uma "pesquisa científica" que assegura ser a casa própria o sonho dos belenenses para 2010. Em segundo lugar vem o carro, depois o emprego, eletro eletrônico, viagem, moto, aprovação no vestibular, eletrodoméstico, etc. A tabela chegou ao cúmulo de classificar os sonhos por faixa etária, classe econômica e sexo. Procurei a minha faixa etária e os sonhos correspondentes e logo fiquei frustrado. Nenhuma opção de sonho correspondia a minha expectativa. Como sou belenense e possuo a faculdade de sonhar, supuz que me enquadrara na famosa “margem de segurança”. Ufa, ainda bem que existe o percentual de erro!
Mas, apesar de tudo, não duvido que os bens materiais, mencionados na reportagem, possam causar grande satisfação e até serem o sustentáculo daquilo que chamamos felicidade. O homem moderno é inexoravelmente individualista. A nossa felicidade não está condicionada – como na antiguidade - ao bem estar do conjunto da coletividade. Nos consideramos felizes, mesmo que a cidade "pegue fogo”, desde que as nossas necessidades individuais sejam satisfeitas. Não é sem razão que a casa, o carro, o emprego, etc. compõem o nosso imaginário. Isso conduziu a felicidade para o interior do sujeito. Ela se tornou um sentimento, algo subjetivo. Por isso, uns se julgam felizes com a aquisição de determinados bens; outros, de outros. A felicidade passou a corresponder aos sonhos e estes são produtos do sonhador.
Não podemos, pois, estranhar que as coisas coletivas não nos apeteçam e as ocorrências gregárias nos causem infortúnio. Falamos do público como o espaço da corrupção, multas, violência, “casamento civil, impostos sobre a renda e missa de sétimo dia”. Eis a causa de os modernos não se identificarem com a vida pública.
Para os gregos antigos a felicidade estava no espaço objetivo, na seara política. O cidadão só se considerava feliz se a cidade, como um todo, também o fosse. A eudaimonia (felicidade) era a excelência no sentido do bom funcionamento das coisas da cidade. Os projetos individuais deveriam estar sintonizados com os coletivos, sem os quais o BEM, enquanto prosperidade, jamais seria atingido.
Mas, não podemos transportar um conceito no tempo sem fazer algumas considerações de natureza histórica. A Grécia antiga era dividida em cidades-estado independentes e com características próprias. A língua e a religião (o culto aos deuses gregos) eram o elemento comum. Não havia segurança no sentido da “política externa”. A invasão, submissão e destruição de cidades inteiras era um evento corriqueiro. Atenas, por exemplo, se conflitou com Esparta, depois ficou sob o poder macedônico e, em seguida, se prostrou ante o império romano. É fácil supor que, diante de perigos externos iminentes, o espírito coletivo se fortalecesse. Os povos antigos não tinham uma tranqüilidade civil que os autorizasse a pensar a felicidade consubstanciada em outro bem que não fosse a segurança da cidade.
Com o surgimento do Estado Moderno, liberalismo político e a consolidação do capitalismo o cenário interno e externo dos Estados-Nação se modificou. Karl Marx, filósofo alemão do séc XIX, percebeu a existência de classes sociais antagônicas no interior de uma mesma sociedade. Os conflitos que, predominantemente, ocorriam nas relações exteriores foram transportados para o interior, porém escamoteados por um instrumento que foi “descoberto” naquele século, como problema filosófico: a linguagem. O discurso ideológico seria capaz de dissimular o antagonismo existente na sociedade, apresentando-a, aos olhos dos incautos, como UNA e HARMÔNICA, ocultando a reificação do homem e a expropriação do produto do seu trabalho.
Não existindo, na visão comum, inimigos externos e internos a serem combatidos, posto que o monopólio da força e da violência foi transferido para o Estado – a lei do Talião caiu em desuso – o homem moderno se voltou para o seu interior, buscando naquilo que lhe agrada internamente a felicidade. O individual, o pessoal e o privado passaram a ser o campo da realização humana. A felicidade foi transportada para o EU.
Não quero aqui dizer que possamos, hoje, resgatar integralmente o conceito de eudaimonia (felicidade) como os antigos o entendiam, mas concebê-la como algo estritamente subjetivo possui as suas conseqüências. Ao desprezarmos a visão totalizadora da sociedade, ignorando que o bem pessoal está concatenado ao bem coletivo, contribuímos, mesmo que omissivamente, para o caos na vida com os outros homens e com a natureza. Basta considerarmos fenômenos como a violência urbana e as alterações climáticas para percebermos que elas se recrudesceram a partir do momento em que abandonamos a visão holística do cosmos, submetendo a natureza aos interesses egoístas do homem moderno. A noção de felicidade, como prosperidade do grupo, foi abandonada pelo bem estar do indivíduo. Essa postura propiciou alterações no ambiente natural e social capaz de, cedo ou tarde, cobrar o seu preço, afinal, a criatura sempre se volta contra o criador.
Essa mudança social, política e econômica da sociedade provocou uma alteração psicológica no sujeito. Alguém pode estudar num colégio particular, possuir plano de saúde privado e morar num condomínio fechado, e não cultivar o menor ressentimento ao ver os seus concidadãos estudando em precárias escolas, morrendo à míngua na porta dos hospitais públicos, além de habitar em áreas sem saneamento e com elevados índices de criminalidade. Ignoramos solenemente o que disse o filósofo grego Aristóteles:“Uma andorinha não faz verão”. Agimos com a leniência dos que conseguem alguns benefícios pessoais e se esquecem que a vida não pode ser pensada e vivida fora do contexto maior da existência, sob pena de atentarmos contra o nosso próprio bem estar.
De qualquer forma, apesar de tudo, não vejo razão para ignorar os rituais da nossa sociedade “civilizada”, logo desejo a todos os leitores (inclusive anônimos) do blog do Wolgrand um FELIZ ANO NOVO! Que em 2011 possamos cuidar melhor da nossa verdadeira casa: a cidade ...".
Mas, apesar de tudo, não duvido que os bens materiais, mencionados na reportagem, possam causar grande satisfação e até serem o sustentáculo daquilo que chamamos felicidade. O homem moderno é inexoravelmente individualista. A nossa felicidade não está condicionada – como na antiguidade - ao bem estar do conjunto da coletividade. Nos consideramos felizes, mesmo que a cidade "pegue fogo”, desde que as nossas necessidades individuais sejam satisfeitas. Não é sem razão que a casa, o carro, o emprego, etc. compõem o nosso imaginário. Isso conduziu a felicidade para o interior do sujeito. Ela se tornou um sentimento, algo subjetivo. Por isso, uns se julgam felizes com a aquisição de determinados bens; outros, de outros. A felicidade passou a corresponder aos sonhos e estes são produtos do sonhador.
Não podemos, pois, estranhar que as coisas coletivas não nos apeteçam e as ocorrências gregárias nos causem infortúnio. Falamos do público como o espaço da corrupção, multas, violência, “casamento civil, impostos sobre a renda e missa de sétimo dia”. Eis a causa de os modernos não se identificarem com a vida pública.
Para os gregos antigos a felicidade estava no espaço objetivo, na seara política. O cidadão só se considerava feliz se a cidade, como um todo, também o fosse. A eudaimonia (felicidade) era a excelência no sentido do bom funcionamento das coisas da cidade. Os projetos individuais deveriam estar sintonizados com os coletivos, sem os quais o BEM, enquanto prosperidade, jamais seria atingido.
Mas, não podemos transportar um conceito no tempo sem fazer algumas considerações de natureza histórica. A Grécia antiga era dividida em cidades-estado independentes e com características próprias. A língua e a religião (o culto aos deuses gregos) eram o elemento comum. Não havia segurança no sentido da “política externa”. A invasão, submissão e destruição de cidades inteiras era um evento corriqueiro. Atenas, por exemplo, se conflitou com Esparta, depois ficou sob o poder macedônico e, em seguida, se prostrou ante o império romano. É fácil supor que, diante de perigos externos iminentes, o espírito coletivo se fortalecesse. Os povos antigos não tinham uma tranqüilidade civil que os autorizasse a pensar a felicidade consubstanciada em outro bem que não fosse a segurança da cidade.
Com o surgimento do Estado Moderno, liberalismo político e a consolidação do capitalismo o cenário interno e externo dos Estados-Nação se modificou. Karl Marx, filósofo alemão do séc XIX, percebeu a existência de classes sociais antagônicas no interior de uma mesma sociedade. Os conflitos que, predominantemente, ocorriam nas relações exteriores foram transportados para o interior, porém escamoteados por um instrumento que foi “descoberto” naquele século, como problema filosófico: a linguagem. O discurso ideológico seria capaz de dissimular o antagonismo existente na sociedade, apresentando-a, aos olhos dos incautos, como UNA e HARMÔNICA, ocultando a reificação do homem e a expropriação do produto do seu trabalho.
Não existindo, na visão comum, inimigos externos e internos a serem combatidos, posto que o monopólio da força e da violência foi transferido para o Estado – a lei do Talião caiu em desuso – o homem moderno se voltou para o seu interior, buscando naquilo que lhe agrada internamente a felicidade. O individual, o pessoal e o privado passaram a ser o campo da realização humana. A felicidade foi transportada para o EU.
Não quero aqui dizer que possamos, hoje, resgatar integralmente o conceito de eudaimonia (felicidade) como os antigos o entendiam, mas concebê-la como algo estritamente subjetivo possui as suas conseqüências. Ao desprezarmos a visão totalizadora da sociedade, ignorando que o bem pessoal está concatenado ao bem coletivo, contribuímos, mesmo que omissivamente, para o caos na vida com os outros homens e com a natureza. Basta considerarmos fenômenos como a violência urbana e as alterações climáticas para percebermos que elas se recrudesceram a partir do momento em que abandonamos a visão holística do cosmos, submetendo a natureza aos interesses egoístas do homem moderno. A noção de felicidade, como prosperidade do grupo, foi abandonada pelo bem estar do indivíduo. Essa postura propiciou alterações no ambiente natural e social capaz de, cedo ou tarde, cobrar o seu preço, afinal, a criatura sempre se volta contra o criador.
Essa mudança social, política e econômica da sociedade provocou uma alteração psicológica no sujeito. Alguém pode estudar num colégio particular, possuir plano de saúde privado e morar num condomínio fechado, e não cultivar o menor ressentimento ao ver os seus concidadãos estudando em precárias escolas, morrendo à míngua na porta dos hospitais públicos, além de habitar em áreas sem saneamento e com elevados índices de criminalidade. Ignoramos solenemente o que disse o filósofo grego Aristóteles:“Uma andorinha não faz verão”. Agimos com a leniência dos que conseguem alguns benefícios pessoais e se esquecem que a vida não pode ser pensada e vivida fora do contexto maior da existência, sob pena de atentarmos contra o nosso próprio bem estar.
De qualquer forma, apesar de tudo, não vejo razão para ignorar os rituais da nossa sociedade “civilizada”, logo desejo a todos os leitores (inclusive anônimos) do blog do Wolgrand um FELIZ ANO NOVO! Que em 2011 possamos cuidar melhor da nossa verdadeira casa: a cidade ...".
3 comentários:
Tao bonita, sempre...
Dias especiais, como o Natal e o Ano Novo, nos trazem memórias de tempos antigos, e talvez até de pessoas que amamos. A doce nostalgia nos ajuda a ter uma sensação de conexão, tanto nos dias de festa quanto nos comuns. A nostalgia pode trazer uma ideia de alívio para quem está vivendo tempos difíceis na vida.
A nostalgia já foi definida por vários teóricos. O termo foi originalmente cunhado em 1688, por um médico que queria categorizar a saudade que os soldados tinham de casa. Ele via o sentimento como uma doença física experimentada pelos jovens na guerra, longe de casa pela primeira vez. Naquela época, sem telefone ou internet, estar longe podia ser muito traumático. E daí vários sintomas surgiam, até anorexia, decorrente da falta de apetite.
Hoje, os teóricos fazem importantes distinções entre dois tipos diferentes de nostalgia, a histórica e a pessoal. Ambas são psicológicas e classificadas como estados emocionais.
O primeiro tipo tem relação com ter bons sentimentos ou se sentir atraído por tempos em que o individuo às vezes nem era nascido. Um exemplo é um de nós sentir nostalgia pelo período Vitoriano.
O segundo é o uso mais comum do termo nostalgia, e também o tipo mais estudado. Você já deve imaginar que são os momentos em que sentimos emoções por algo que já vivemos. É o tipo autobiográfico da nostalgia.
O que confunde os estudos é que algumas pessoas falam da nostalgia como um traço de personalidade (alguém mais ou menos nostálgico), e outros como um humor passageiro, por exemplo, “me sinto mais nostálgico no Natal”. E você pode definir o sentimento como achar melhor.
A nostalgia como um humor, quase todos concordam que é universal. Até crianças podem ser nostálgicas. Por exemplo, ela pode ficar nesse “estado de espírito” quando falar de brinquedos antigos.
Batcho, que estuda a nostalgia, afirma que a sensação é importante para manter um senso constante de quem você é. “Você pode se referir a isso como um senso ou consciência de identidade”.
Nesse sentido, em situações traumáticas, que mudem muito o estilo de vida ou a situação de uma pessoa, a nostalgia ajuda a lhe lembrar de quem você é.
A idade que apresenta os picos de nostalgia é a jovem adulta. Essa fase é muito importante psicologicamente e no desenvolvimento próprio, onde os indivíduos descobrem o que querem ser.
E, para as datas especiais, como o Natal ou o aniversário, a coisa fica ainda mais emocionante. A publicidade coloca em nossas cabeças que essas datas comemorativas estão centradas nos relacionamentos.
Mas pense em quem não pode estar junto de quem quer, por motivo de morte ou distância, por exemplo. A solidão é um catalisador de nostalgia. É interessante, porque o sentimento faz você se sentir conectado novamente. Ajuda a diminuir a sensação de estar sozinho. E as datas especiais são notórias para fazer as pessoas se sentirem sozinhas, mesmo que não estejam fisicamente sozinhas.
Mas calma, no seu Natal e Ano Novo a nostalgia pode até ser boa. Pode ser psicologicamente útil, porque lembra que seu valor não depende de dinheiro, emprego, saúde, ou outras coisas materiais, mas as pessoas que te amam, ou amaram, afirma Batcho.
“Datas assim trazem aspectos culturais e até mitos, como o Papai Noel. E isso faz as pessoas se sentirem mais conectadas com o passado e com os outros, além de barreiras do tempo, culturais. É um fenômeno único, um fenômeno de união”, finaliza.[LiveScience]
dia 04 de janeiro - 193.807
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