Em Bagladesh, Banu, uma viúva que vive em uma favela com suas duas filhas e trabalha como empregada doméstica, deu o seguinte depoimento à ONG Water e retrata parte do sofrimento diário de pessoas excluídas, que não possuem o acesso básico à água potável: “A água da lagoa que fui obrigado a pegar estava muito suja e tinha um cheiro ruim. Devido às minhas caminhadas distantes para coletar água, às vezes eu ficava atrasada para ir ao trabalho. Minhas filhas e eu sofremos de diarreia, icterícia, disenteria e doenças de pele por causa da água suja.”
Segundo a ONG Water, em um só dia, mulheres de todo o mundo somam 200 milhões de horas de trabalho dedicados à coleta de água para suas famílias. Este seria o tempo necessário para construir 28 prédios do tamanho do Empire State Building, em Nova York.
A Water ainda disponibiliza outros dados sobre a quantidade de pessoas, principalmente crianças, que morrem por doenças causadas pelo consumo de água contaminada. Hoje, a cada 20 segundos uma criança falece diante destas condições. O cenário teve uma melhora, já que há dois anos levavam 15 segundos para cada uma das mortes infantis. Isso significa que em uma hora 180 crianças morrem e, em um dia, o número de mortes é de 4.320.
No início do mês de março autoridades internacionais se reuniram no 6º Fórum Mundial da Água, com o intuito de discutir estratégias práticas para melhorar a gestão e distribuição de água potável no mundo. O grande foco do encontro foi abrir espaço para essa discussão e incentivar os governos a voltarem suas atenções a este tema. As propostas, como a criação de Conselho de Desenvolvimento Sustentável na ONU, destinado a tratar temas como a água, serão trazidas para a pauta da Rio+20, que acontecerá em junho, no Rio de Janeiro.
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