Ver-o-Peso: a maior feira livre do Brasil completa 385 anos de cultura, tradição e transações comerciais

terça-feira, 27 de março de 2012

Foto: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=456742
Por Ana Maria O famoso mercado a céu aberto completa hoje 385 anos de história. Nesses quase quatro séculos, ele adquiriu - é claro - muita rugosidade espacial. Mas não perdeu seu charme e seu encanto, renovando-se diariamente pelo dinamismo e rapidez das incontáveis transações comerciais de produtos típicos da Amazônia que lá ocorrem, pelos olhares dos turistas e pela tradição do povo paraense.

 
É no Ver-o-Peso que esta capital da Amazônia acorda há mais de três séculos, com a chegada dos barcos repletos de peixe - 20 toneladas dessa delícia são comercializadas lá diariamente - além de carnes, legumes, frutas das mais exóticas, artigos regionais, artigos de umbanda, ervas medicinais, roupas e bijuterias, em duas mil barracas e casas comerciais populares.
Apesar de parecer um grande varejão, a mistura de cores, cheiros e objetos esbanja dinamismo, em uma rapidez que se renova todos os dias e não permite envelhecer os costumes. Ao contrário, tudo se revela uma gostosa tradição bem paraense. As rugas espaciais adquiridas com o passar dos séculos só dão mais encanto ao lugar.
 
A origem do belo e histórico mercado data de março de 1688, quando os portugueses resolveram estabelecer um rígido controle alfandegário na Amazônia e, para tanto, criaram um posto de fiscalização e tributos - a casa do Haver-o-Peso, pelo qual, um funcionário público com uma balança mediava as transações comerciais da época.
 
Começou com um ancoradouro simples, onde as embarcações que vinham dos diversos municipios do interior do nosso estado aportavam na Baía do Guajará, formada pelos rios Guamá, Moju e Acará. Posteriormente, já na época do ciclo áureo da borracha, foram sendo construídos os prédios que são verddeiros marcos da nossa cidade capital da Amazônia: o Mercado de Ferro (ou de Peixe), com suas inesquecíveis torres, é o cartão postal da cidade; o Mercado Municipal de Carne, de Francisco Bolonha, hoje restaurado, é de uma beleza impar (estive lá domingo e nao cansei de admirá-lo. Todo em ferro, com colunas e escadas trabalhadas, que vieram de Londres e Nova York para serem montadas no local durante o apogeu econômico do ciclo do látex na Amazônia).

O Solar da Beira, construção em estilo neoclássico onde funcionava a antiga fiscalização municipal, atualmente está sendo usado para abrigar os peixeiros, pois o mercado de ferro está em reforma.

Bem pertinho do ancoradouro, depois de passar pela feira onde encontramos extrema diversidade de produtos a venda, vemos a Praça do Pescador, um local agradável onde se pode apreciar a beleza do nosso rio-mar: a Baía de Guajará. No passado, quando eu era menina, os jovens lá se reuniam e faziam serestas, voz, violão e todo mundo entoava as músicas que falam de Belém, que tanto apreciamos.
 
A diversidade é a marca do Ver-o-Peso. Ele pode ser traduzido como "um mundo" formado por pequenos e interessantes detalhes. Lá a vida ocorre tendo como pano de fundo a beleza das águas da Baía de Guajará, onde pequenos barquinhos popopô dividem o espaço com iates, lanchas, barcos grandes e até transatlânticos que trazem turistas internacionais para conhecer Belém, a mais linda cidade da Amazônia.
 
O lugar tem uma dinãmica própria e uma razão especial. Visitado por pessoas de todas as classes sociais, lá nao se faz diferença do rico e do pobre. Todos são compradores, vendedores, empregados dos barraqueiros, turistas. Há também os desempregados e os mendigos que circulam por lá, por vício de estarem lá. Uma mulher sem razão, que pode ser vista em toda parte, andando por lá, já faz parte da feira.
Foto: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=456742
 
Belém, Belém, acordou a feira, que é bem na beira do Guajará.

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá amiga da uma passadinha no meu blog e veja o que você ganhou.Beijos

http://hellomulheres.blogspot.com.br/2013/04/selo-blog-versatil.html

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